Visão Geral da Onda de Projetos Greenfield

    A América Latina estabeleceu-se como uma força proeminente no mercado global de celulose, com vários países da região desempenhando um papel fundamental. Esta próspera indústria de celulose proporcionou um crescimento econômico notável para a região, abrindo caminho para a criação de emprego, o aumento de receitas de exportação e investimentos substanciais em infraestrutura de apoio.

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    Em um futuro próximo, podemos esperar uma onda de projetos greenfield inovadores que deverão criar um efeito cascata em todo o mercado. Que tipo de impacto podemos esperar desses desenvolvimentos interessantes?

    Antes de nos aprofundarmos nos efeitos em potencial, vamos primeiro dar uma olhada no panorama geral da celulose de mercado na América Latina.

    Visão Geral da Onda de Projetos Greenfield de Celulose na América Latina

    A América Latina domina o mercado de produção de celulose kraft, respondendo por aproximadamente 31% da produção global. Isto faz sentido, já que cerca de metade de toda a produção relacionada na América Latina está dedicada à celulose de mercado. Entre os países da região, Brasil, Chile e Uruguai são os líderes neste setor. Entretanto, o Brasil supera os demais países, contribuindo com impressionantes 73% da celulose de mercado produzida na América Latina.

    Por que a América Latina é o maior produtor de celulose de mercado?

    Figura 1. Capacidade da celulose de mercado por região
    Fonte: FisherSolve,

    As condições climáticas vantajosas da América Latina promovem o rápido crescimento das árvores, o que torna o ambiente propício à produção eficiente de madeira para celulose. Muito Sol e muita chuva, e também solo fértil, permitem que as árvores dessa região prosperem. Além disso, a América Latina está situada próxima de um abastecimento de água abundante, com diversos rios importantes nas proximidades. Esses fatores ajudam a estabelecer a região como um local altamente desejável para a produção de celulose.

    Adicionalmente, os vastos e abundantes recursos terrestres da América Latina desempenham um papel importante na sua capacidade de se envolver na produção de celulose em grande escala. As extensas paisagens oferecem amplo espaço para o cultivo de vastas plantações de árvores para celulose, garantindo um fornecimento constante de matéria-prima para as indústrias. Esta abundância de terrenos também permite o estabelecimento de usinas de celulose em grande escala para máxima eficiência de produção.

    Quais projetos estão envolvidos nessa nova onda?

    Foi anunciada uma onda de novos projetos interessantes em toda a América Latina. Eles trazem consigo o potencial de impactos significativos na região e no mercado global de celulose. Entre esses projetos, destacamos três deles, de grande porte:

    • Projeto Cerrado da Suzano – Este novo projeto de fábrica de celulose no Estado do Mato Grosso do Sul será a maior fábrica de celulose em linha única do mundo. A expectativa é produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano, ampliando em mais de 20% a capacidade atual de produção da Suzano.
    • Fábrica de celulose em grande escala da Paracel – A Paracel planeja produzir de 1,5 a 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, com seu novo projeto em Concepción, no Paraguai. O projeto de cerca de 4 bilhões de USD deverá ser inaugurado em 2027. Esta será a primeira fábrica de celulose em grande escala do Paraguai.
    • Investimento de USD 3 bilhões da ARAUCO em fábrica de celulose – No ano passado, a ARAUCO anunciou seu plano para construir uma nova fábrica de celulose no estado do Mato Grosso do Sul, no Brasil. A fábrica deverá produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose de fibra curta. A fábrica está programada para iniciar as operações no início de 2028.

    Quais os impactos desses projetos?

    O surgimento de novos projetos greenfield de celulose proporciona o potencial de impactos significativos no mercado global de celulose. Um desses resultados em potencial é o aumento das flutuações nos preços da celulose. À medida que o mercado absorve capacidade adicional desses novos projetos, é natural que a dinâmica dos preços mude. Com mais players entrando no mercado e aumentando a concorrência, pode haver períodos de excesso ou falta de oferta, levando à volatilidade dos preços.

    Além disso, estas novas fábricas na América Latina funcionarão como estabelecimentos de custos mais baixos. As condições climáticas vantajosas da região e os abundantes recursos terrestres proporcionam condições perfeitas para uma produção eficiente e econômica de madeira para celulose. Isto significa que os produtores latino-americanos terão uma vantagem competitiva em termos de custo, aplicando potencialmente mais pressão sobre produtores com custos mais elevados em outros locais.

    A questão que surge agora é: o que acontecerá com a viabilidade econômica desses produtores com custos mais elevados? Com a adição de 20% a mais de capacidade de celulose, ao menor custo possível, prevemos uma mudança na curva de custos. Essa mudança provavelmente acabará expulsando um certo número de fábricas de celulose do mercado. Entretanto, tal mudança na curva poderia reduzir potencialmente o preço médio de venda da commodity.

    Em última análise, o impacto desses novos projetos greenfield de celulose sobre os produtores dependerá de vários fatores, incluindo a capacidade de adaptação e diferenciação no mercado das empresas. É provável que alguns produtores enfrentem dificuldades e pressão para reduzir custos ou encontrar novos mercados. Outros podem encontrar formas novas ou inovadoras de permanecerem competitivos e continuarem a prosperar.

    Leia o PDF abaixo na integra:

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