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Celulose é solução para eliminar o plástico na indústria da beleza

Indústrias cosméticas fazem parcerias com empresas do setor de base florestal para inovar com produtos sustentáveis

Com a projeção de atingir cerca de US $580 bilhões até 2027, crescendo 6% ao ano, segundo dados da consultoria McKinsey, o mercado de beleza é um dos segmentos mais promissores do mundo. Ao mesmo tempo, a indústria global de cosméticos vem passando por importantes mudanças nos últimos anos, estimulada por novos públicos e demandas relacionadas ao meio ambiente, como a eliminação do plástico em seus produtos.

A indústria, inclusive, busca se adaptar a novas legislações criadas para esse fim especificamente. A União Europeia tem liderado essas determinações motivada por temas relacionados às mudanças climáticas e impactos ao meio ambiente. Dentre a série de medidas tomadas está o banimento de diversos ingredientes prejudiciais tanto à vida humana, quanto a todo o ecossistema do planeta.

Em dezembro de 2023, por exemplo, a Comissão Europeia elaborou o regulamento Omnibus Act VI, que prescreve uma proibição de substâncias chamadas CMR (cancerígenas, mutagênicas ou tóxicas para reprodução).

Também relevante e impactante perante à indústria cosmética foi a regulamentação da Agência Europeia de Produtos Químicos que discorre sobre os microplásticos. Os microplásticos são partículas de polímeros sintéticos que possuem um tamanho menor de 5 mm, insolúveis em água, têm degradação muito lenta, e
estão presentes tanto em embalagens como nas próprias formulações dos produtos.

Segundo Amanda Omodei, diretora de marketing técnico da Focus Química, quando estes polímeros entram em contato com o meio ambiente, além de poluir e provocar esta condição por um período considerável, os microplásticos podem ser ingeridos por organismos vivos, serem encontrados na água potável, no solo, nos alimentos, no corpo humano e, consequentemente, trazer prejuízos à saúde e natureza.

“A legislação europeia, que costuma ser parâmetro para as legislações de outros países, já proibiu a venda de microplásticos e produtos feitos a partir desse material em todos os países de seu bloco”, pontua Amanda.
Além disso, em janeiro deste ano, foi aprovada pelo Conselho Europeu e pelo Parlamento uma lei que obrigaria as indústrias de cosméticos a pagar pela despoluição de microplásticos nas águas. A lei ainda não se encontra em vigor, mas a tendência é que as restrições continuem aumentando nos próximos anos.

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A celulose, matéria-prima renovável, seria a solução para os microplásticos?

Seguindo as tendências em tecnologia e sustentabilidade, as empresas têm apresentado inovações, destacando-se com a criação de produtos de beleza sustentáveis à base de celulose como alternativa aos microplásticos.

A Focus Química, distribuidora e importadora de matéria-prima cosmética no Brasil há 15 anos no mercado, diz-se preparada e pautada para o fornecimento de produtos sustentáveis. Empresas como a Lessonia, a Tagra, a Kind Beauty and Care e a Biodiversité Couleurs têm investido cada vez mais em pesquisa e desenvolvimento para oferecer produtos com a celulose em sua composição e, portanto, amigáveis para os humanos e o meio ambiente.

Confira os detalhes dos produtos abaixo:


Lessonia


Há 10 anos, a empresa francesa Lessonia, representada pela Focus Química no Brasil, criou uma linha de produtos focada no uso do acetato de celulose como matéria-prima chamada CelluloScrub. A linha com produtos 100% biodegradáveis, derivados de madeira de reflorestamento, nasceu para ser uma alternativa a ingredientes como o polietileno, que são feitos de microplásticos.

No momento da criação da CelluloScrub, alguns estados dos Estados Unidos já haviam, inclusive, banido o polietileno.

Embora o Brasil ainda não tenha nenhuma restrição ao uso dos microplásticos, diversos produtos de empresas brasileiras já adotaram o uso desta linha.

Tagra Biotechnologies

Em 2014, um dos maiores players de cosméticos no Brasil, cliente da Focus Química, solicitou algumas matérias-primas da empresa israelense Tagra para realizar testes em novos produtos.

Produzidos à base de acetato de celulose, chamados Cameleon CelluCapsTM, esses produtos são microencapsulados como pigmentos (RND – passíveis de serem rompidos apenas com fricção) e também óleos essenciais.

Os microencapsulados atingiram um enorme sucesso, primeiramente, em sua parceria com a L’Oreal na criação de um BB Cream chamado Nude Magique, que dentro da embalagem era incolor, mas quando friccionado na pele, tornava-se colorido.

Desde então, a Tagra tem trabalhado com diversos outros grandes players como a Mary Kay e a Natura&Co aqui no Brasil.

A última novidade da empresa, lançada em 2022, foi a criação da DeeperCapsTM, uma nova variação do CelluloScrubTM, pigmentos microencapsulados dedicados apenas aos tons da pele preta.


Kind Beauty and Care

Há aproximadamente cinco anos, a fundadora e formuladora da Kind Beauty and Care, Corina Godoy, teve a ideia de criar uma marca que transmitisse bons valores às novas gerações, fosse amiga do meio ambiente e eficaz.

A oportunidade surgiu quando a Klabin abriu um Pitch Day para que empresas apresentassem ideias de novos produtos à base de celulose.

Corina apresentou uma linha cosmética feita de celulose microfibrilada (MFC) tendo sido chamada, por unanimidade, pela fabricante de papéis e celulose para realização de uma reunião.

Infelizmente, logo em seguida, a pandemia de COVID chegou ao Brasil, e o ingrediente base do álcool em gel ficou em falta, mas foi dessa maneira que a Kind, naquele momento ainda como indústria &Co. Cosméticos, firmou sua primeira parceria com a Klabin, com o objetivo de produzir álcool em gel à base de celulose MFC.
Tendo a primeira parceria sido um sucesso, em setembro de 2022 finalmente surge a marca Kind Beauty and Care, trazendo polpas de limpeza facial, séruns e protetores solares com e sem cor, feito a partir de matérias-primas sustentáveis.

A empresa se tornou a primeira da indústria brasileira de cosméticos a utilizar MFC em sua composição Imagem Divulgação


Assim, a empresa se tornou a primeira marca brasileira a utilizar MFC em sua composição, continuando até hoje no desenvolvimento de outros produtos e aprimorando os já existentes junto à Klabin.

Em relação ao aceite e crescimento no mercado de cosméticos brasileiro, a equipe Kind tem ficado extremamente contente. A linha, que faz parte dos produtos clean beauty, tem agradado bastante seus revendedores e clientes.

Apostando em uma linha de alta performance, com uma cara mais jovem e mais colorida, e tendo como principal meio de comunicação com o público a web, a Kind credita seu sucesso ao seu diferencial.

Onde Comprar: site Kind Beauty, Beleza na Web, Época Cosméticos e a loja Soneda, que se encontra na avenida Paulista, em São Paulo.

Biodiversité Couleurs

A Biodiversité Couleurs foi criada com a missão de valorizar a natureza na rotina de autocuidado.
Foram 12 anos de pesquisa e desenvolvimento para chegar à fórmula inovadora e totalmente natural que preserva animais e até insetos. Foi durante as pesquisas que a ideia de substituir o plástico por celulose na composição de todos os seus produtos ocorreu.

Para isso, os pigmentos são extraídos de forma sustentável da casca do rabanete, das frutas de outras matérias primas naturais.

Em reconhecimento a todo o esforço e empenho da Biodiversité em desenvolver produtos de qualidade sem risco à saúde e ao planeta, que as inovações de suas fórmulas renderam dois prêmios da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, uma empresa pública do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o que trouxe credibilidade e abriu as portas da empresa para o mercado.

Todos os seus produtos são associados à ciência da dermatologia, assim, além de servir ao seu propósito, também tratam a pele.

Hoje, os produtos mais vendidos são a base em stick feita a partir de extrato de trigo e o batom B Rouge que conta com pigmento extraído da casca do rabanete.

Produtos da Biodiversité Couleurs têm seus pigmentos são extraídos de forma sustentável da casca do rabanete das frutas de outras matérias primas naturais Imagem Divulgação

“O aceite dos produtos pelo mercado tem sido excelente, tanto que hoje a empresa já tem projetos para a internacionalização da marca”, diz Joyce Quenca, Co-fundadora e diretora de pesquisa e desenvolvimento da Biodiversité Couleurs.

Já sobre a forma mais eficaz para conscientizar a geração atual e a que está por vir quanto à importância da sustentabilidade no mundo dos cosméticos, a executiva afirma que todas as escolhas são importantes quando o assunto é o meio ambiente.

“Não basta ser vegano e usar uma maquiagem que polui o planeta. É necessário lembrar que cada um de nós é responsável por preservar o ecossistema para as futuras gerações. Por isso, acreditamos que a tecnologia Plant Based não é só uma escolha e sim um estilo de vida”, conclui Joyce.

Onde comprar: através do site da própria empresa https://www.biodiversitecouleurs.com.br/

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