O Brasil fechou o ano de 2024 com exportações totais de US$ 337 bilhões e um crescimento de 3,3% na corrente de comércio, que alcançou US$ 599,5 bilhões. As importações somaram US$ 262,5 bilhões, resultando em um superávit de US$ 74,6 bilhões, conforme divulgado hoje, 6 de janeiro, pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).
Um dos destaques foi o desempenho da Indústria de Transformação, que registrou um recorde histórico de exportação, totalizando US$ 181,9 bilhões — o maior valor desde 1997. A Secex/MDIC destacou ainda que o desempenho positivo nas exportações foi crucial para o saldo comercial, que manteve uma trajetória de crescimento sustentado.
Exportações e importações mensais no setor industrial
Em dezembro de 2024, as exportações totais do setor industrial somaram US$ 15,79 bilhões, em um contexto de estabilidade na Indústria de Transformação, que registrou aumento de 2,7% no acumulado de janeiro a dezembro. Por outro lado, as importações relacionadas ao setor industrial cresceram 3,3% no mês, totalizando US$ 18,64 bilhões. No acumulado do ano, as importações atingiram US$ 238,74 bilhões, um aumento de 9,3% em relação ao ano anterior.
Esse movimento de crescimento nas importações reflete os investimentos na modernização e expansão do parque industrial, especialmente em segmentos com alto potencial de exportação, como a celulose.
Desempenho do setor de celulose em 2024
Em dezembro de 2024, o setor de celulose apresentou um crescimento expressivo de 35,2% nas exportações, destacando-se como um dos principais produtos da Indústria de Transformação a registrar avanço significativo. No acumulado de janeiro a dezembro, o setor alcançou um crescimento de 33,7%, contribuindo de maneira fundamental para o desempenho geral da indústria.
Os dados de 2024 demonstram que a celulose se manteve como um dos principais produtos de exportação do Brasil, especialmente para grandes mercados como China, União Europeia e Estados Unidos em 2024. A seguir, algumas observações sobre o desempenho:
Exportações de Celulose por Região
- China, Hong Kong e Macau
- Em 2024, a celulose representou US$ 4,62 bilhões, com crescimento de 21,35% em relação a 2023.
- A participação nas exportações totais para a região subiu de 3,60% para 4,81%.
- União Europeia
- O valor exportado foi de US$ 2,45 bilhões, um aumento expressivo de 56,63% em relação ao ano anterior.
- A participação da celulose nas exportações totais para a União Europeia passou de 3,38% para 5,08%.
- Estados Unidos
- O Brasil exportou US$ 1,68 bilhão em celulose, registrando um crescimento de 41,50%.
- A participação subiu de 3,22% em 2023 para 4,17% em 2024.
Crescimento Relativo e Impacto no Setor
- O aumento expressivo das exportações de celulose para essas regiões reflete a demanda crescente por produtos sustentáveis e recicláveis, em que a celulose desempenha um papel central.
- O crescimento no mercado europeu pode estar associado ao foco em políticas ambientais e à substituição de materiais plásticos por fibras naturais.
- A China, maior consumidora mundial de celulose, continua sendo o destino principal, com um crescimento robusto, indicando uma forte recuperação da indústria de papel e embalagens na região.