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Francisco Ruiz-Tagle: CMPC avança com estratégia de crescimento na América Latina

Francisco Ruiz-Tagle, CEO da companhia chilena, reforça objetivo de crescimento no mercado latino-americano, com termo de referência aprovado para o Projeto Natureza

Durante a Conferência da Fastmarkets de Produtos Florestais, realizada em São Paulo no dia 13 de agosto, Francisco Ruiz-Tagle, CEO da CMPC, afirmou em entrevista exclusiva ao portal Newspulpaper que a expansão da companhia na América Latina, especialmente no Brasil, faz parte de uma estratégia global de crescimento. “Estamos presentes há mais de 30 anos em países fora do Chile, e o crescimento no Brasil, particularmente no negócio de Tissue e Personal Care, é natural dentro dessa estratégia”, destacou.

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Ruiz-Tagle também mencionou o sucesso do projeto Bio CMPC, cuja produção começou em novembro de 2023, como um exemplo da capacidade da empresa de desenvolver projetos competitivos e sustentáveis. “Estamos muito satisfeitos e tranquilos com o crescimento e investimento nesse estado”, comentou.

A CMPC, que recebeu o termo de referência para prosseguir com o Projeto Natureza no Rio Grande do Sul, reforça seu compromisso com o desenvolvimento socioeconômico da região, com um crescimento significativo no Rio Grande do Sul e potencial para gerar 12 mil empregos durante as obras. O Projeto, que ainda aguarda aprovação final, representa um dos maiores investimentos da CMPC no País e deve consolidar a presença da companhia no mercado sul-americano, enquanto explora novas oportunidades.

Confira a seguir a entrevista:

Como você observa a expansão da CMPC na na América do Sul?

A CMPC é uma empresa de origem chilena, mas hoje em dia é mais uma empresa multirregional, até mesmo global. E isso é muito natural, pois estamos presentes há mais de 30 anos em países fora do Chile, como Argentina, Peru e Uruguai. O crescimento que tivemos nos últimos anos no Brasil, particularmente no negócio da Softys, que é Tissue e Personal Care, e também no México, que se refere principalmente a Personal Care, parece natural dentro do crescimento de uma companhia que está se globalizando e que tem em sua estratégia a participação em mercados, onde possui vantagens competitivas. Portanto, é uma parte natural do processo de crescimento da empresa.

O mesmo ocorre com a celulose. Tivemos um projeto importante no último ano, chamado Bio CMPC, cuja produção começou em novembro de 2023. Também há um projeto de crescimento natural do negócio de celulose em um estado, onde temos um compromisso extremamente importante com a população e com a sociedade local. Estamos muito satisfeitos e tranquilos com o crescimento e investimento nesse estado, além de estar em uma condição muito competitiva e sustentável na forma como foi desenvolvido.

Quais são os projetos em andamento e futuros da CMPC?
A CMPC tem muitos projetos todos os anos que acompanham suas melhorias operacionais. Investimos aproximadamente 500 milhões de dólares a cada ano em nossos diversos negócios para crescer em cada um deles.

Quanto a projetos especiais e diferentes, diria que o mais conhecido atualmente é o Natureza. É um projeto que acaba de começar, estamos avaliando, ainda não foi aprovado pelo conselho da empresa, mas estamos avaliando um crescimento no Rio Grande do Sul. Nossa equipe de projetos está muito bem coordenada, temos termos de referência aprovados, estamos trabalhando com os departamentos responsáveis pelas autorizações ambientais, mas tudo isso levará seu tempo. À medida que as aprovações avançarem, também avançaremos nas engenharias para ter um projeto aprovado, se tudo correr bem, até 2026.

Quais são as perspectivas de negócios da CMPC para este e os próximos anos, e os setores e produtos em que foram feitos investimentos?
Temos linhas de negócios que são centrais para a CMPC. Uma delas é a celulose, outra é o negócio da madeira e produtos de madeira, outra é o packaging em geral, incluindo cartolinas e sacos de papel, e o negócio do tissue, que abrange tissue e personal care.

Em cada uma dessas unidades de negócios, temos planos de crescimento e investimentos. Não todas são grandes investimentos, mas há planos em cada área. Portanto, mais do que mencionar uma área específica, diria que estamos sempre atentos ao crescimento, seja através de investimentos orgânicos ou inorgânicos, se surgir uma oportunidade razoável para a CMPC.

Como você vê a questão da oferta e demanda de madeira no Chile?
No Chile a competição é bastante acirrada. Há muitas ofertas e também demanda de madeira, mas o uso da madeira na construção ainda é baixo. Precisamos promover muito mais o uso da madeira, certificar mais madeira no Chile, para que seja mais utilizada em construções de casas e edifícios. Comparado a países do hemisfério norte, onde o uso da madeira na construção é massivo, o Chile ainda está distante. Portanto, temos muito a aprender e a promover o uso da madeira no setor de construção.

De sua perspectiva, como você avalia a diferença entre a legislação florestal no Brasil e no Chile?
Ambos os países têm consciência da importância do setor florestal, mas as legislações são diferentes. No Chile, a legislação considerou o crescimento florestal nos últimos 50 anos e ainda há oportunidades. No Chile, temos desafios em apoiar pequenos produtores; as grandes empresas não precisam mais de apoio para crescimento, mas seria interessante explorar na legislação um suporte ao crescimento florestal para pequenos produtores. No Brasil, a legislação florestal tem se desenvolvido de forma a apoiar adequadamente o crescimento industrial. A quantidade de árvores plantadas diariamente, como mencionado por Paulo Hartung, da Ibá, mostra que a política florestal está dando resultados positivos.

Como você vê o mercado de créditos de carbono como oportunidade para a CMPC?
Nós vemos este mercado de forma muito interessante, pois os créditos de carbono são importantes para alcançar as metas de captura necessárias para combater as mudanças climáticas. Acreditamos que é uma grande oportunidade para rentabilizar as florestas, não apenas da CMPC, mas de forma geral.
Se um sistema for instalado, quem possui floresta pode emitir créditos de carbono, isso cria um incentivo para plantar mais árvores. Embora ainda não estejamos nesse mercado, acreditamos que os créditos de carbono são relevantes para alcançar as metas de neutralidade de carbono até 2050.
Pode ser um mercado para todos que possuem plantações, e a CMPC tem muitas em diferentes países, então, poderia ser uma oportunidade. O exemplo da Nova Zelândia, onde os créditos de carbono ajudaram a aumentar as plantações florestais, demonstra que essa abordagem pode ser bem-sucedida.

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