A Klabin, durante o Klabin Day 2024, realizado hoje 30/11, delineou metas para alavancar sua posição no mercado. Com ênfase na busca pela eficiência operacional e na expansão contínua de suas operações florestais, a empresa anunciou projeções de investimentos significativos, totalizando R$ 4,5 bilhões para o próximo ano. O encontro anual não apenas ofereceu uma retrospectiva abrangente sobre o desempenho da Klabin, mas também destacou a determinação da empresa em fortalecer sua presença e impulsionar resultados positivos nos próximos anos.
Com as apresentações de Cristiano Teixeira, diretor geral da Klabin e Marcos Ivo, CFO, e ao final um quadro de perguntas e respostas com o time de executivos dos negócios de papel, celulose e embalagens, a Klabin reiterou o compromisso com os stakeholders conforme sua estratégia de negócios.
Como fato relevante ao mercado, a companhia divulgou as projeções de investimentos com R$ 4,5 bilhões destinados à silvicultura, continuidade operacional, projetos especiais, a nova caldeira de Monte Alegre e aportes ainda previstos ao Puma II. (veja aqui a distribuição dos valores ). Para os próximos anos, Teixeira destacou que o olhar da empresa permanecerá voltado para a sua estratégia florestal e, principalmente, o foco em eficiência das novas plantas, sem mencionar novos investimentos.
O diretor-geral da Klabin destacou que a companhia vive ciclos de investimentos e que até o próximo ano encerrará esses seis últimos anos com a necessidade agora de absorver a sua própria mudança de cultura, que trouxe um alto retorno em ROIC (retorno sobre o capital investido), receita e lucratividade.
Durante sua apresentação, Teixeira evidenciou que quando o projeto Figueira for finalizado no segundo trimestre de 2024, a nova planta de papelão ondulado da companhia, instalada em Piracicaba-SP, e capacidade de 240 mil toneladas, contribuirá para resultados ainda melhores. Vale dizer que o novo projeto e a adição de capacidade do Projeto de Horizonte a capacidade nominal de conversão de papelão ondulado da Klabin será de aproximadamente 1,3 milhão de toneladas por ano.
Além disso, a área de cartão propiciará resultados ainda maiores. Serão 600 mil toneladas a mais que poderão contribuir para a atração de R$ 3 bilhões de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) até 2027. “Além disso, a cadeia de produtos sack kraft é uma delas com ótimas novidades para outros segmentos além da construção civil, como na sua utilização em substituição ao plástico, o que nos traz excelentes perspectivas para o futuro”, indicou o diretor geral da Klabin.
Esse cenário é favorecido pelo investimento nas novas máquinas MP27 e MP28, do projeto Puma II, no Paraná, e a possibilidade da produção intercalada de vários grades de papéis, especialmente a entrega daqueles para o mercado high-end (de alto valor agregado), como o papel cartão branco e o LPB (liquid packaging board). Atualmente a companhia produz 2,6 milhões de toneladas de papéis que
Sobre os outros segmentos, como a celulose fluff, Teixeira destacou que ainda que ele ocupe uma participação pequena nos negócios, trata-se de um produto visto como estratégico para a companhia e que o cenário atual ainda impede novos investimentos. Ele atribuiu o momento econômico global, com altas taxas de juros e inflação alta, como principais razões para manterem os novos projetos on hold.
Ainda assim, declarou aos presentes que a empresa tem operado em um ciclo mais estável, o que permite alto retorno. Tudo isso aliado à disciplina rígida da companhia na alocação de capital.
Marcos Ivo, CFO da companhia, complementou a fala do diretor geral, afirmando que “o fato da Klabin trazer resultados estáveis e perenes associado a uma empresa com mais de 125 anos de história, construindo a credibilidade ao longo de décadas, permite ter um custo muito mais competitivo, o que é uma alavanca a todos os acionistas. “A Klabin segue e seguirá uma posição bastante sólida. Quanto à sustentabilidade e o mercado de capitais ela está cada dia mais presente. Hoje, a Klabin tem 37% da sua dívida bruta em instrumentos financeiros verdes”, pontuou.
O CFO ainda trouxe dados como o spread obtido pelos investidores, uma vez que o ROIC da Klabin alcançou número próximo de 15% e que, quando comparada à dívida bruta da companhia, em moeda estrangeira, traz grande vantagem aos acionistas, uma vez que essa tem custo médio de 5,2% ao ano e tem se mantido em patamar estável.
Abastecimento de madeira e demais destaques do Klabin Day
Outro ponto alto do evento foi a explanação de Ivo sobre a estratégia da companhia para garantir o seu abastecimento de madeira, dividido em ciclos. “A geração de caixa está sendo usada para comprar madeira, o que otimiza o ROI. O primeiro ciclo do Puma II foi abastecido com madeira de terceiros – isso compreende os primeiros 7 anos, sendo que a partir de 2025 reduziremos a dependência de parceiros”, comentou.
Essa equação florestal faz parte da estratégia que permite a otimização da área florestal. “O Capex de continuidade operacional e investimentos em silvicultura para o ano que vem está orçado em R $2,1 bilhão e esse é o patamar sustentável com todo o escopo novo”, disse Ivo. Para a compra de madeira em pé, o valor orçado é de R$ 1,1 bilhão.
“A expansão da área florestal para eucalipto está completa e de forma objetiva o número é suficiente e assegura o abastecimento de madeira de terceiros por madeira própria até 2029”, acrescentou. Atualmente a base florestal da Klabin conta com 356 mil hectares de terra (áreas produtivas) – mais de 100 mil hectares do que a Klabin tinha em 2015, antes da conclusão do Puma e dos investimentos no Projeto Puma II.
Teixeira falou ainda que oportunidades em ativos não faltam. “Na prática o que precisamos é um bom planejamento florestal para crescimento”, trazendo como exemplo as pastagens integradas à silvicultura que podem agregar valor ao agronegócio. Para garantir o sucesso no desenvolvimento florestal da companhia, ele pontuou que a empresa faz uso da ciência aplicada – como a silvicultura de precisão – para obter ganhos em escala, tanto em crescimento de floresta quanto em custos de expansão da base florestal.
O encontro anual reuniu investidores, analistas, clientes e jornalistas, foi realizado no Espaço JK, em São Paulo – SP, com transmissão ao vivo pelo YouTube.