Do cenário econômico tecnológico aos materiais lignocelulósicos os players do setor discutiram maneiras de recuperar o fôlego para superar os desafios financeiros e conquistar seu espaço nos mercados nacional e internacional.
Tal garantia da competitivade, assunto em voga no momento foi o ponto alto do Panorama Setorial Visão 2020 apresentada durante o 45o Congresso Internacional de Celulose e Papel – o ABTCP 2012, realizado ontem, 9 de outubro, em São Paulo.
O evento foi marcado pela presença dos executivos do setor, o presidente da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, ABTCP, Lairton Leonardi, que abriu a sessão, seguido pela apresentação do cenário econômico pelo diretor do departamento de Estudos Econômicos do Banco Bradesco, Octavio de Barros.
Dentre os tópicos destacados, destacou-se no mercado internacional:
– Europa: previsão de queda no PIB em 0,7% em 2012 e possível recuperação em 2013 com crescimento de 0,5%. “A Europa está numa boa direção, mas ainda não atende o ritmo do mercado que clama por soluções imediatas”, afirmou Octavio de Barros
– China desacelera o crescimento e a expectativa de 11% do seu PIB no início deste ano foi revista passando aos 7%.
– Demais mercados também estão se estabilizando, como Índia, Hong Kong, Taiwan. Segundo Barros,”o novo normal é o moderado”, comentou sobre a estabilização dos mercados.
Mercado nacional:
– Anúncio pelo FMI de previsão de crescimento do PIB brasileiro de 2% para 1,5% em 2012, por conta de fatores ligados diretamente a problemas pontuais ocorridos ao decorrer do ano: seca no Nordeste, DNIT, Euro5, valorização do setor de imóveis, afetando a demanda; endividamento do setor sucroalcooleiro, além do quarto ano de estagnação na produção e refino de petróleo pela Petrobas, a crise dos bancos de médio e pequeno porte e a crise argentina. O diretor de estudos do Bradesco, estimou que tais ocorrências foram responsáveis pela queda de 1% no PIB nacional.
– A indústria deverá crescer 2,5% em 2012 e a previsão é de 3,5% em 2013.
– Já o PIB brasileiro, deverá ficar entre 3,5% e 4,5% em 2013, segundo expectativa anunciada pelo diretor de estudos econômicos do Bradesco.
– Não teremos nenhum crescimento nas exportações, mas ainda assim, Barros acredita que o modelo brasileiro não está esgotado.
Em seguida, o VP da RISI, falou sobre as perspectivas sobre a Importância do mercado de celulose chinês para o Brasil. Carlos Amaral Vieira, diretor do Grupo Portucel Soporcel destacou o mercado europeu e as alternativas que a empresa encontrou para se diferenciar neste mercado diante a crise, focando em produtos de alto valor agregado, voltados para nichos premium.
A busca por diferenciais de mercado e também tecnológicos, principalmente no uso de novos materiais a partir dos lignocelulósicos foi explorado pelo pesquisador da VTT, empresa finlandesa de pesquisa, Ali Harlin. Segundo ele, a hemicelulose tem grande potencial para aplicação em larga escala já nos próximos anos. “Só nos dois últimos anos, surgiram novas empresas que desenvolvem esse tipo de produtos e hoje já somam sete companhias ao redor do mundo. A partida nos materiais lignocelulósicos foi dada”, comentou.
Ao final, Ernesto Peres Pousada Jr – diretor executivo de operações da Suzano, Francisco Fernandes C. Valério, diretor Industrial, Engenharia e Suprimentos – Fibria (Celulose); Jose Gertrudes Soares, diretor Comercial Papéis Kraft da Klabin, Marcio Bertoldo, diretor Industrial da International Paper, Simon M. Sampedro, diretor Industrial da Santher e Reginaldo Gomes da Eldorado Brasil, compuseram a mesa de debate para discutir a nova configuração do cenário apresentado.