Mato Grosso do Sul se consolidou em 2023 como o segundo colocado no ranking nacional de florestas plantadas, superando São Paulo e ficando atrás apenas de Minas Gerais. A expansão foi impulsionada por novos projetos de celulose, que levaram a um aumento significativo no plantio de eucalipto. Dados exclusivos da Canopy Remote Sensing Solutions para a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) revelam que, em 2023, o Brasil ultrapassou 10 milhões de hectares de florestas cultivadas, com Mato Grosso do Sul concentrando quase 70% da área adicional, ou 233 mil hectares.
Principais motores da expansão em Mato Grosso do Sul
Suzano: Com o Projeto Cerrado em Ribas do Rio Pardo, a Suzano está prestes a entrar em operação. Este projeto é um dos principais impulsionadores da expansão florestal no estado.
Arauco: O Projeto Sucuriú, localizado em Inocência, recebeu recentemente a licença de instalação. A Arauco precisa de 300 mil hectares de área plantada para abastecer a futura fábrica. Atualmente, a empresa possui 210 mil hectares de área, dos quais 85 mil são plantados.
Bracell: A Bracell tem investido no plantio de eucalipto em Mato Grosso do Sul para abastecer sua unidade no interior de São Paulo, contribuindo significativamente para a expansão das florestas plantadas no estado.
Eldorado: A empresa planeja expandir sua fábrica de Três Lagoas, o que também impulsionará a área de florestas plantadas em Mato Grosso do Sul.
“O Estado ganhou outra escala em área de florestas plantadas”, afirmou Paulo Hartung, presidente-executivo da Ibá, à jornalista Stella Fontes, do jornal Valor Econômico em matéria publicada em 31 de maio. O relatório anual da entidade, que será publicado no segundo semestre de 2024, trará dados atualizados sobre a base florestal brasileira.
A área plantada em Mato Grosso do Sul cresceu para 1,367 milhão de hectares em 2023, frente a 1,134 milhão de hectares em 2022. Minas Gerais ainda lidera com cerca de 2,3 milhões de hectares cultivados, mas Mato Grosso do Sul tem potencial para crescer ainda mais, substituindo pastagens de baixa produtividade por eucaliptos.
Novos investimentos em celulose no Brasil
Com R$ 67 bilhões em investimentos já anunciados até 2028, a indústria de base florestal no Brasil iniciou um novo ciclo de expansão, com projetos de celulose que devem movimentar mais R$ 75 bilhões antes do fim da década. No entanto, a escassez de mão de obra, especialmente em Mato Grosso do Sul e São Paulo, tornou-se um desafio significativo.
Investimentos em destaque:
- O Projeto Cerrado da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS) está prestes a entrar em operação.
- O Projeto Sucuriú da Arauco, também no MS, recebeu recentemente a licença de instalação. A Arauco, que precisa de 300 mil hectares de eucalipto, já possui 210 mil hectares de área, dos quais 85 mil são plantados.
A taxa de desocupação em Mato Grosso do Sul é de 4,1%, com 743 mil trabalhadores no setor privado no quarto trimestre, o maior número da série histórica iniciada em 2012. A baixa densidade populacional e o pleno emprego são desafios adicionais para atrair mão de obra, segundo Carlos Altimiras, presidente da Arauco Brasil.
A Ibá contratou um estudo para medir a demanda de mão de obra no estado e no país, visando apresentar ao governo sul-mato-grossense. Paulo Hartung destacou a necessidade de atrair mais pessoas e desenvolver infraestrutura local. Em média, grandes projetos de celulose geram cerca de 10 mil empregos durante as obras e 3 mil empregos diretos e indiretos na operação.
Expansão dos projetos de celulose no Brasil
Projetos adicionais podem somar R$ 75 bilhões em investimentos até o fim da década, como a expansão da fábrica da Eldorado pela J&F Investimentos em Três Lagoas (MS) e os planos da Paper Excellence de construir uma nova fábrica. A CMPC confirmou recentemente a construção de uma nova fábrica de celulose no Rio Grande do Sul, com investimento de US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 24 bilhões).
O Brasil, maior exportador de celulose do mundo, atingiu um recorde de 18 milhões de toneladas exportadas em 2023, com 49% destinadas à China, gerando US$ 3,8 bilhões em divisas.
Com dados da Ibá e Jornal Valor Econômico