O terceiro e último dia da 12ª Semana de Celulose e Papel de Três Lagoas — evento promovido pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), entre os dias 20 e 22 de agosto, na fábrica da Suzano situada na cidade sul-matogrossense — foi composto pelos painéis Papel e Indústria 5.0.
Moderador do Painel Papel, Glauber Sales, gerente de Produção de Papel e Acabamento da Sylvamo, destacou que o tema central da edição deste ano pautou as apresentações com enfoques amplos, contemplando desde práticas voltadas à redução do uso de recursos até a promoção de insumos mais sustentáveis e demais formas de otimização de processo. “Eventos como esse, organizado anualmente pela ABTCP, proporcionam uma interação grande, resultando em compartilhamento de ideias e soluções que já estão sendo aplicadas. Acreditamos muito no potencial dos fornecedores parceiros e sabemos que é por meio dessa troca que chegamos a resultados como redução de custos e mais sustentabilidade”, disse, destacando que a aproximação entre todos os elos da cadeia produtiva é fundamental para a evolução do setor, principalmente olhando para o futuro e para as novas tecnologias.
Além de moderar o painel, Sales palestrou sobre a efetividade dos programas de boil out frente ao cenário de qualidade do papel offset. “Tratar uma parte química da máquina tem alta relevância com a questão de qualidade do papel, o que está muito alinhado com o que a Sylvamo quer oferecer ao mercado”, disse ao destacar a qualidade do papel offset das marcas Chamex e Chambril.
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Uma tecnologia para drenagem em máquinas secadoras de celulose de nova geração foi apresentada por Marcos Barduco, consultor de Marketing e Tecnologia da Siderquímica, palestrante do Painel Papel. Ele discorreu sobre o desenvolvimento do produto sem dioxinas destinado à drenagem, que permite trabalhar com pH mais elevado, otimizando o consumo de ácido sulfúrico e consequente amarelecimento da folha formada de celulose. “Já foram avaliados diversos produtos/tecnologias destinados ao mesmo propósito. Contudo, predomina a utilização de ácido sulfúrico (meio ácido) para esta finalidade, o que auxilia a drenagem, mas afeta a qualidade da fibra, o consumo de alguns insumos e o runnability. A tecnologia proposta tem por objetivo trabalhar com um pH maior e evitar as consequências indesejáveis do meio ácido, além de ser livre de dioxinas e, dessa forma, estar completamente em acordo com a legislação ambiental e órgão reguladores”, esclareceu, demonstrando o teor inovador e a relevância do tema.
O Painel Indústria 5.0 foi moderado por José Rodinei Afonso Moreira Júnior, gerente de Engenharia de Processo da Suzano Três Lagoas. “Trabalhar questões com inovação e sustentabilidade nos remete à palavra inovabilidade. Neste sentido, os temas debatidos no painel foram extremamente importantes, pois enfatizaram que não basta reduzir custos ou aumentar a performance, é preciso alinhar esses objetivos às práticas ESG. Em eventos como a Semana de Celulose e Papel de Três Lagoas, podemos compartilhar experiências, aprender o que está sendo feito pelo setor e escalar com mais velocidade na resolução de problemas atuais ou até mesmo nos antecipar aos que ainda não foram apresentados”, pontuou.