Os pilares sobre os quais o mundo se apoia ameaçam ceder frente à emergência climática. Esse cenário é fruto da exploração desenfreada de recursos fósseis e de uma economia global altamente dependente da emissão de gases de efeito estufa.
Por Cindy Correa, gerente de Comunicação da IBÁ e especialista em Gestão de Crise e Sustentabilidade
O mundo clama por soluções inovadoras de baixo impacto para uma economia verde do futuro. Consumidores mais antenados buscam informações sobre os produtos que consomem, suas cadeias produtivas e seu destino pós-uso. Marcas, empresas e artigos sustentáveis passam a ser os queridinhos do público.
Nesse sentido, as empresas do setor de árvores cultivadas que oferecem produtos de fontes renováveis também apresentam o forte diferencial de uma cadeia sustentável, cuidando da água, das pessoas e do meio ambiente. Globalmente reconhecida como referência de manejo sustentável e altos índices de produtividade, a indústria florestal atua em uma lógica integradora, sistêmica e circular, da árvore ao pós-uso do produto.
O setor planta, colhe e replanta árvores para fins industriais em quase 10 milhões de hectares, expandindo atualmente sobre áreas com algum nível de degradação e baixa produtividade. Além disso, conserva outros 6,73 milhões de hectares de área nativa, uma extensão maior que o Estado do Rio de Janeiro. Juntas, essas áreas contribuem para que a agroindústria, em média, capture mais carbono da atmosfera do que emita pelos seus processos fabris. Trata-se de um benchmark global no quesito cuidado ambiental no campo e na indústria.
Essa indústria desponta como fornecedora de produtos para o dia a dia que são ambientalmente amigáveis. Trata-se de artigos de origem renovável, recicláveis, em sua maioria biodegradáveis e que são alternativas a materiais de origem fóssil. Para destacar esses bioprodutos, a IBÁ, em parceria com as entidades regionais e empresas associadas, realiza em agosto a campanha #SouMais, que abraça as hashtags #SouMaisBioprodutos, #SouMaisPapel, #SouMaisPapelão, #SouMaisPapelcartão, #SouMaisMadeiraReflorestada, #SouMaisLaminados e #SouMaisViscose.
Os usuários e as marcas poderão compartilhar posts, em formatos variados, que explicam as características e o porquê desses itens serem as melhores escolhas para o hoje e o amanhã. É um convite para que todos compartilhem um pouco da paixão e do orgulho que sentem por esse setor e seus produtos.
Conheça um pouco sobre cada pilar da campanha:
Antes de ter contato com um produto que adquiriu, o consumidor tem com sua embalagem. Há uma escolha importante a se fazer. Muitas vezes, um alimento que será consumido em menos de 30 minutos, como uma batata frita ou um refrigerante, gera um lixo plástico que ficará, pelo menos, 400 anos no mundo. O plástico que não é reciclado e não vai para o destino correto pode acabar nos oceanos ou em nosso corpo como microplásticos. Por isso, empresas estão trabalhando aceleradamente em soluções sustentáveis, a partir do papel-cartão ou do papelão, feitas 100% do papel que provém de árvores plantadas, colhidas e replantadas com essa finalidade, e que apresentam índices de reciclagem na casa dos 70%. São produtos lindos, sofisticados, com alta capacidade de impressão e personalização. O iFood, por exemplo, já adequou suas embalagens, trocando o isopor e o plástico por papel em caixas e sacolas. A Natura também anunciou um programa para eliminar o material de fonte fóssil de suas amostras de perfume, substituindo-o por papel. A Vigor lançou um iogurte em embalagem também de papel. Somos todos #MaisPapelão e #MaisPapelcartão.
Os pisos laminados, por sua vez, são símbolo de acolhimento, modernidade e beleza, ganhando destaque pela tecnologia e vantajoso custo-benefício frente a outras opções. Seja em uma residência, loja ou escritório, a instalação do piso laminado é muito prática e rápida. Quem é #MaisLaminados pode decorar a casa com modernidade e aconchego dos móveis de madeira nacional. A indústria moveleira brasileira é referência mundial em design e adota painéis de madeira reconstituída, trazendo ainda mais qualidade para aquele armário, mesa ou cadeira, assim fortalecendo o time do #SouMaisMadeiraReflorestada.
Um exemplo mais atípico é o da celulose solúvel, que extrapola os limites do setor e possibilita a substituição de matéria-prima de origem fóssil em uma série de segmentos industriais, como têxtil, alimentício, beleza, higiene, entre outros. A salsicha e o salame são exemplos. Como em outros alimentos industrializados, eles contêm a matéria-prima na película externa. Ainda na seara da alimentação, produtos dietéticos levam celulose solúvel, pois ela substitui a gordura animal, dando a mesma cremosidade. Outro exemplo campeão do #SouMaisBioprodutos é a pasta de dentes, que está na rotina de todas as pessoas.
A viscose já é uma realidade no mundo da moda e uma opção sólida de quebra de paradigma de uma indústria baseada em fios de origens fósseis. Você pode não saber, mas fibras feitas de árvores plantadas estão em tecidos delicados, como gravatas, roupas íntimas, vestidos e até jeans, toalhas e roupas de cama. A partir da viscose, é possível produzir uma fibra alternativa sustentável e de qualidade. Aqui dá para vestir a camisa e dizer #SouMaisViscose.
Para fechar, não podíamos deixar de falar do livro e do papel. Seja didático, de romance, quadrinho ou histórico, os livros são os queridinhos de todos. Os papéis registram momentos, oficializam conquistas, eternizam memórias e carregam consigo valores e significados únicos. Os papéis para imprimir e escrever, incluindo cadernos, jornais e papel para dobradura, despertam a criatividade e ajudam no aprendizado. Depois, podem ir para a reciclagem e voltar para você em forma de um novo produto. É por essas e outras que #SouMaisPapel.
Diante da crise climática, devemos saudar todos esses produtos mencionados e vários outros, que carregam em seu DNA a sustentabilidade. A mudança dos pilares que sustentam a economia global passa pelo incentivo à bioeconomia, com governo, empresas e sociedade civil pavimentando o caminho. São necessárias profundas transformações na relação com tudo aquilo que produzimos e consumimos. Mas as escolhas individuais também importam. Devemos fazer nossas escolhas de consumo de forma mais consciente e apaixonada. Por isso, somos mais o setor de árvores cultivadas e seus produtos.
Leia aqui a Coluna Ibá, publicada originalmente na Revista O Papel