Por BEATRIZ MONTESANTI,
Comunicação IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores
Questionado sobre como reagir a informações erradas que ressurgem com relação à indústria de árvores cultivadas, o professor José Otávio Brito, do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef), recorreu ao ovo.
“O elemento não está tão fora de lugar. No passado, mal compreendido, o ovo foi excluído da base alimentar até ser posteriormente reconhecido por seus benefícios e celebrado como sustento”, explica o professor, referindo-se ao processo científico, e um tanto midiático, de entendimento dos valores nutricionais do alimento. “O problema”, completou Brito, “é que o estigma ficou”.
Trajetória parecida passa a indústria que, já na década de 1970, combateu argumentos contrários ao seu desenvolvimento. A ciência mostrou a superação de problemas apontados no passado sobre o cultivo de árvores para fins industriais. Mas assim como o ovo, o setor vê ressurgir de tempos em tempos, de forma equivocada, suas críticas ultrapassadas.
Já aprendemos dos anos vividos na era da desinformação que a melhor forma de combatê-la é com informação de qualidade – e não há espaço mais adequado para isso do que na imprensa. O jornalismo é aliado na busca e disseminação de fatos verificáveis e confiáveis, no esclarecimento de rumores e mitos, fornecendo contexto para a compreensão dos complexos eventos que moldam nosso mundo.
Pensando nisso, a IBÁ lançou neste ano o 1.º Prêmio IBÁ de Jornalismo, com o objetivo de reconhecer e também incentivar a cobertura jornalística imparcial, bem apurada e contextualizada sobre a indústria que representa. A ação nacionaliza o prêmio criado ainda no ano passado pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) e que teve grande sucesso em 2023 ao valorizar a cobertura regional do setor. A premiação da IBÁ conta ainda com a parceria das demais entidades regionais, cuja capilarização é essencial para atração de jornalistas País adentro. Assim como a Apre, a Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor) lança também neste ano uma edição local do concurso. Ambas terão espaço de reconhecimento no Prêmio IBÁ, com menções honrosas para reportagens indicadas pelas entidades.
Esta primeira edição joga luz em uma temática prioritária ao setor e à sociedade como um todo: o combate às mudanças climáticas. Para abraçar o tema, reportagens podem focar em uma infinidade de ações da indústria nesse sentido, que vão desde o sequestro e estoque de carbono realizado pelas árvores cultivadas a ações de descarbonização no processo fabril, passando pela autossuficiência energética e os milhões de hectares de mata nativa preservados. Não há ninguém melhor para contar essa história do que jornalistas, que podem de forma isenta olhar para suas cidades, conversar com especialistas, ouvir trabalhadores e registrar os resultados já colhidos.
Os trabalhos podem ser inscritos em quatro categorias diferentes: escrita, rádio, TV e veículo setorizado. Para além das menções honrosas regionais já mencionadas, haverá ainda outras duas reportagens realizadas com base em pesquisas científicas, que serão apontadas pela Embrapa Florestas.
Para sustentar a análise e escolha dos vencedores, a IBÁ reuniu uma notável banca julgadora, composta por profissionais de diferentes áreas e cujos saberes se complementam de forma essencial para avaliar os atributos esperados dos inscritos. Entre eles, qualidade jornalística, veracidade científica, valores ambientais, conhecimento sobre o setor, além, claro, de boa narrativa. O grupo é formado pelo jornalista Heródoto Barbeiro, hoje âncora do Jornal Nova Brasil e colunista do R7, Dalva Queiroz, pesquisadora da Embrapa Florestas, Élson Fernandes de Lima, diretor do FSC Brasil, e Cindy Correa, gerente de Comunicação da IBÁ.
Ainda como forma de apoiar jornalistas que não estejam familiarizados com a indústria, a IBÁ lançou, neste mês, um Guia de Cobertura, que traz os principais dados do setor, define termos técnicos, explica equívocos comuns e fornece referências de fontes que podem ser ouvidas na construção de reportagens. Trata-se de um produto cuidadoso e cujo uso se estenderá para além da premiação, conforme for encorpado com links, referências e dados atualizados.
As inscrições para o 1.º Prêmio IBÁ de Jornalismo vão até o dia 1.º de outubro, com possibilidade de prorrogação. Ao todo, serão distribuídos R$ 36 mil em prêmios, além de troféus e certificados aos três primeiros colocados de cada uma das quatro categorias. O primeiro lugar receberá R$ 4 mil, o segundo, R$ 2 mil, e o terceiro, R$ 1 mil. As menções honrosas receberão R$ 2 mil cada.
Os trabalhos inscritos devem ter sido publicados pela primeira vez em 2024 e podem ser assinados por um ou mais autores. A inscrição é gratuita e deve ser feita pelo e-mail [email protected] com o título “Inscrição para o 1.º Prêmio IBÁ de Jornalismo”. No corpo do e-mail, é necessário identificar o nome do veículo, a data de publicação e autor ou autores da reportagem. O trabalho deve ser enviado anexo ou por link. Todas as informações sobre o prêmio, incluindo as regras e instruções para inscrição, assim como o Guia de Cobertura, podem ser encontradas acessando iba.org/premio.
Com o 1.º Prêmio IBÁ de Jornalismo, a indústria de árvores cultivadas para fins industriais, que sempre se colocou do lado certo da equação climática, mostra como sempre esteve também do lado certo da informação.