Por mais distante que possa parecer, 2024 bate à porta. Todo ano, os rituais se repetem: os meses de setembro e outubro servem para preparar o seu negócio para o futuro, período em que boa parte dos executivos das grandes empresas senta para desenhar o planejamento estratégico para o ano seguinte. No segmento de papel e celulose, o cenário não é diferente, principalmente em um contexto desafiador de verticalização de alguns dos principais players do mercado. Somado a isso, o setor enfrenta suas próprias especificidades, como Capex alto e retorno sobre investimento lento. Nessa equação, o planejamento estratégico se mostra como algo capaz de conectar essas difíceis decisões da cadeia às oportunidades do futuro, auxiliando as companhias do setor a se prepararem para um crescimento sustentável e perene.
Caminhos e Oportunidades
Para isso dar certo, entretanto, é preciso aliar alguns pontos-chave do planejamento, como: definição dos objetivos estratégicos; estabelecimento de metas de alto nível; identificação de abordagens para o crescimento, eficiência operacional e inovação; implementação e acompanhamento da prática das estratégias, com a devida alocação de recursos; definição de responsabilidades; avaliação contínua dos resultados, adaptando seu negócio às mudanças no ambiente e transformando o aprendizado com sucessos e falhas em processos maduros. É possível que, com esse preparo, as companhias estejam mais aptas a oportunidades de crescimento, com mais eficiência. Como apontado neste espaço na coluna do mês passado, existem caminhos interessantes para o setor de papel e celulose ser mais produtivo. Nunca é demais reforçar alguns deles: fidelização do cliente como diferencial competitivo; eficiência da força de vendas e relacionamentos duradouros; maximização do pacto produtivo interno; gestão de ativos como motor de produtividade e tecnologia como ferramenta transversal do negócio. A adoção de tecnologias avançadas, vale dizer, é um caminho cada vez mais fundamental para as companhias que buscam trazer mais eficiência à operação das suas companhias. Ferramentas baseadas em Data Analytics avançado, Internet das Coisas (IoT) e a inteligência artificial são cada vez mais necessárias para otimizar processos de produção, manutenção e logística. Somado a isso, as tecnologias de ponta também são capazes de desenvolver produtos de papel de alto valor agregado, como embalagens inteligentes ou materiais avançados, atendendo às demandas do mercado, cada vez mais exigentes.
Momento de Arrumar as Finanças
Dentro do planejamento estratégico, há um ponto crítico e inevitável para todos os negócios: o planejamento orçamentário. Essa é a primeira etapa a se tirar do papel dentro do plano estratégico. Ou seja, o primeiro ano de um bom planejamento estratégico é a execução do planejamento orçamentário. Neste momento de orçamentação, é hora de entender o que as empresas conseguem ganhar de eficiência fabril, como melhorar sua gestão de gastos, como ela transforma e amplia as margens do negócio. Ainda mais em um cenário esperado de diluição de volumetria, com novas e relevantes fábricas entrando em produção é esperada também uma queda de volume, queda dos preços das commodities, gerando aumento da capacidade produtiva.
