A economia brasileira continua apresentando melhora com as perspectivas para o crescimento do PIB, em
2023, evoluindo seguidamente e, ao final de outubro passado, aproximando-se de 3,0%, conforme divulgado no Boletim Focus do Banco Central que reúne as expectativas dos agentes financeiros do País. Naturalmente, os dados do volume de vendas, que divulgamos ainda para agosto, impulsionam a expectativa de crescimento do PIB, pois estão apresentando seguidas melhoras e, em relação a agosto de 2022, houve uma evolução de 2,3% na média dos dez setores acompanhados pelo IBGE. Mas chama nossa atenção o fato de os cinco setores no campo negativo apresentarem quedas percentuais bem acima dos setores que estão com bom desempenho.
Entre os que impactam de forma mais acentuada as aparas de papel, os supermercados, grandes geradores de caixas de papelão, estão com um desempenho 6% maior no período considerado e, infelizmente, os livros, jornais, revistas e papelarias, que podem ser considerados um indicador da oferta de aparas brancas, não consegue sair do vermelho, apresentando uma queda de 15,7% em agosto 2023 com relação ao mesmo mês de 2022. O crescimento do volume de vendas nos supermercados é bastante significativo e deve se manter pelo menos até dezembro com as compras de Natal. Contudo, o que começamos a especular agora é como será o início do próximo ano, principalmente no que se refere à demanda de embalagens.
No acumulado de 2023 até agosto, frente a igual período do ano anterior, o volume de vendas no comércio está 1,6% acima e, entre os estados brasileiros, ainda temos seis deles com desempenho negativo, embora em percentuais bastante reduzidos.
São Paulo, maior gerador de aparas, e que vinha no campo negativo, apresentou um volume de vendas 0,1% superior no período considerado e, nesta área, o que chama nossa atenção é que os estados no campo negativo estão apresentando quedas pequenas e com grande chance de reverter esta situação até o
fim do ano, lembrando que ainda estamos exibindo dados de agosto, já que o IBGE faz essa divulgação com atraso. A coleta totalmente desestimulada começa a provocar alguns efeitos no mercado de aparas marrons e, aliado à nova alta nos combustíveis e ao aumento da expedição de caixas que, conforme divulgado pela Empapel, aproximou-se do recorde histórico ao atingir a marca de 368,4 mil toneladas em agosto, foram suficientes para uma recuperação nos preços das aparas marrons, interrompendo uma sequência de 12 meses de quedas consecutivas.
Em setembro passado, os ondulados I e II foram comercializados por, em média, R$ 668,78 e R$ 560,77 a tonelada fob depósito, respectivamente, com reajustes próximos a 0,7%, e as fábricas de papel relataram uma pequena redução nos seus estoques de bobinas acabadas. Com o ano chegando ao final, sazonalmente, o consumo de aparas começa a diminuir e não deveremos ter problemas de abastecimento. As atenções agora voltam-se para o próximo ano, pois, com a economia dando sinais de recuperação, se a demanda iniciar 2024 aquecida, poderemos ter falta de material mesmo com o mercado continuando a receber grandes volumes de papel de fibra virgem.
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