Por Ítalo Paulino Neves Mendonça* – O objetivo principal deste subcomitê é promover o intercâmbio de informações, inovações e soluções tecnológicas, visando a segurança nas operações e intervenções em turbogeradores, aumentando a disponibilidade e potencializando a geração de energia elétrica de fontes renováveis. As fábricas de celulose e papel do Brasil têm capacidade de geração instalada de aproximadamente 3 GW.
LEIA AQUI O PDF DA COLUNA PUBLICADA NA EDIÇÃO DE JUNHO DA REVISTA O PAPEL
Estamos em uma acelerada ascensão e crescimento expressivo das plantas de celulose no Brasil e no mundo. Por ser um setor com alta demanda energética tanto térmica quanto elétrica, a busca por soluções eficientes e sustentáveis está em pauta, até porque várias empresas têm hoje a energia elétrica como mais um produto, mas nem sempre foi assim.
No setor de celulose e papel, a implementação de turbinas a vapor nos processos produtivos começou a ser amplamente adotada a partir da década de 1920, impulsionada por fabricantes que desenvolveram turbinas adaptadas às necessidades de grandes plantas industriais. No Brasil, o uso de turbogeradores se intensificou a partir dos anos 1970, como parte dos investimentos em autossuficiência energética e aproveitamento de biomassa residual, desempenhando um papel vital nos compromissos ambientais do segmento, com o uso de combustíveis renováveis e a eliminação parcial ou total do uso de combustíveis fósseis.
Sobre o subcomitê, foi fundado em janeiro, pela ABTCP, a partir da oportunidade de ampliar a atuação do Comitê de Recuperação e Energia, aumentando assim sua atuação e expandindo seu suporte técnico, bem como atendendo cada vez mais a demanda de seus associados.
Em maio, iniciamos os trabalhos de forma a contribuirmos juntos para dar robustez e confiabilidade às operações e intervenções nos turbogeradores, tendo planejado uma mesa redonda presencial em agosto de 2025 na Suzano, Unidade Mucuri, com operadores e mantenedores de turbogerador do segmento.
O subcomitê está atualizando a listagem dos turbogeradores instalados nas plantas de celulose e papel, suas campanhas e histórico. Estamos selecionando cases que serão trabalhados na mesa redonda de agosto e, na sequência, abriremos uma conversa com a seguradora, fabricante e associação sobre o tema “campanhas de overhaul”.
O subcomitê tem também como objetivo buscar conteúdo para formação de novos profissionais para operação e manutenção em turbogeradores, visto o grande desafio que o mercado tem enfrentado para reposição de profissionais com conhecimento e expertise nestes equipamentos, atendendo à demanda das fábricas que cresce de forma acelerada.
Buscamos contribuir de forma expressiva para tornar os equipamentos mais seguros e produtivos. Nossa principal missão é agregar valor, trazendo confiabilidade para nossas operações e intervenções em turbogeradores.
Este subcomitê tem muito a contribuir com o setor de celulose e papel, visto que, além de autossuficiente, a maioria das fábricas é exportadora de energia limpa de fonte renovável, reduzindo significativamente as emissões de CO₂, o que contribui de forma expressiva para a matriz energética nacional.
De acordo com os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), dos 200 GW alcançados em 2024, 84,25% são de fontes renováveis e, dentre estes, estão as gerações das termoelétricas das fábricas de celulose e papel.
Ítalo Paulino Neves Mendonça – Coordenador do Subcomitê de Turbo Geração (Vapor e Energia)
Gerente Funcional de Utilidades na Suzano.