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2024: um ano de conquistas

Em 2024, o setor de árvores cultivadas e a IBÁ conquistaram avanços significativos em sustentabilidade e desenvolvimento no Brasil e no exterior

POR PAULO HARTUNG – Presidente da IBÁ – Se o início de um ano nos apresenta novos ares, também nos impele a observar o caminho trilhado. Este foi um ano emblemático para o setor de árvores cultivadas e para a entidade que representa essa indústria – a IBÁ. Em 2024, completamos dez anos de um louvável trabalho de diálogo com a sociedade e com o setor público. Tal esforço vem adquirindo exponencial importância em um mundo cada vez mais carente de soluções que nos coloquem na rota de um futuro em que o desenvolvimento socioeconômico e o respeito à natureza sejam indissociáveis.

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Este foi o ano que o setor chegou a 10 milhões de hectares de árvores que são plantadas, colhidas e replantadas, substituindo pastos de baixa produtividade para a fabricação de uma miríade de bioprodutos sustentáveis. As florestas nativas nas propriedades do setor já representam hoje 6,91 milhões de hectares, extensão superior à do Estado do Rio de Janeiro, demonstrando a potência ambiental dessa indústria. Temos orgulho de fazer parte da caminhada rumo a um amanhã mais verde.

Essa compreensão também vem se solidificando perante a esfera pública. Foi promulgada neste ano a Lei 14.876, que retirou a silvicultura de uma lista de atividades potencialmente poluidoras, em que estão, por exemplo, a construção pesada e a mineração. A conquista é fruto de uma década de trabalho da IBÁ junto a legisladores e órgãos responsáveis pela classificação – e corrige uma disparidade contra uma indústria que captura e estoca carbono a partir do plantio diário de 1,8 milhão de árvores para fabricação de produtos recicláveis, biodegradáveis e de origem renovável.

Inauguramos novos projetos, como o da Suzano em Ribas do Rio Pardo-MS. A empresa que completou 100 anos deu início às operações da maior fábrica de celulose em linha única do mundo. Temos ainda uma carteira de investimentos que já soma impressionantes R$ 105,4 milhões até 2028, montante destinado à construção de novas fábricas, desenvolvimento de novos produtos, P&D e projetos socioambientais.

E é no Mato Grosso do Sul que se concentra grande parte dos novos investimentos. A IBÁ vem atuando junto aos órgãos responsáveis e parceiros para enfrentar as demandas por mão de obra e infraestrutura econômica e social no estado. Um estudo encomendado pela IBÁ, realizado pela ESG Tech e entregue ao governador Eduardo Riedel, apontou que o número de empregos diretos no Mato Grosso do Sul deve triplicar nos próximos anos. Foi também neste ano que a IBÁ, junto ao governo estadual, conquistou a delegação das BRs 262 e 267, que serão concessionadas.

A partir de colaboração estratégica, o setor aprofundou sua presença e articulação junto a órgãos internacionais e instâncias decisórias. Foram realizadas duas missões no contexto da implementação da EUDR na União Europeia. A primeira contou com participação de 18 representantes das empresas associadas, entre CEOs e executivos, e a segunda, com caráter técnico, foi composta de nove especialistas. O movimento fez parte dos esforços que culminaram, em outubro, no adiamento da implementação da legislação para 2025. As articulações da IBÁ envolveram o próprio Presidente da República, MDIC, Mapa, Itamaraty, entidades de segmentos econômicos diversos e a Apex.

Ainda no contexto internacional, José Carlos da Fonseca Jr. foi eleito presidente do ACSFI (Advisory Committee on Sustainable Forest-based Industries), órgão da FAO/ONU que reúne executivos do setor florestal do mundo todo. Também colhemos frutos em outras instâncias: três membros do Hub de Lideranças da IBÁ passaram a estar presentes nos Conselhos de Ética e Desenvolvimento de Padrões do FSC Brasil e no Grupo de Trabalho de EUDR do PEFC.

Criamos a Gerência de Mudança do Clima da IBÁ, com o objetivo de robustecer o papel do setor na linha de frente da agenda climática global. A IBÁ esteve presente na COP29 em Baku e vem se preparando para a COP30 em Belém, que ocorre em novembro do próximo ano. Assim como o clima, a crise da biodiversidade vem ganhando importância pela urgência em frear a degradação ambiental e o desaparecimento de milhares de espécies. Neste ano, lançamos o caderno Biodiversidade na COP16 em Cali, Colômbia, com cases de ações conduzidas pelas associadas e alinhadas com o Marco Global de Kunming-Montreal. Também fomos à Arábia Saudita para participar da COP16 do Combate à Desertificação.

Em nova frente, passamos a representar institucionalmente três empresas do setor de restauração florestal de nativas: Biomas, Symbiosis e re.green. Elas somam forças ao setor de árvores cultivadas, com uma notável trajetória de preservação de áreas nativas, assim como o manejo florestal sustentável, modelo para o mundo quando se trata de cultivo com responsabilidade ambiental.

Não foram poucas as conquistas neste ano emblemático para o setor. Há muitas outras, logradas a partir de uma louvável colaboração entre empresas, sociedade, academia e órgãos nacionais e internacionais, que fazem dessa indústria um farol a iluminar o caminho da bioeconomia. A todos que contribuem com essa notável história, desejamos um próspero ano novo, em que esse espírito de colaboração possa nos levar rumo ao amanhã que desejamos – não apenas para o setor, mas para o nosso Brasil e para esta e as futuras gerações.

Leia o texto original publicado na Revista O Papel – Edição dezembro

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