Mudar pode ser fácil e divertido, como diz BJ Foog, Guru
do Vale do Silício e Pesquisador renomado da Psicologia
Humana, em seu livro Micro-hábitos – pequenas mudanças
que mudam tudo.
Desde sempre sabemos que mudar, apesar de não ser uma
missão simples, é bem mais fácil do que sustentar a mudança,
visto que milhões de pessoas, todos os dias, desistem de ir à academia,
de concluir o curso de inglês ou, ainda, de fazer a tão
necessária Pós-graduação, que abriria portas para o seu sucesso
profissional. Somado ao sentimento de fracasso, a culpa e a vergonha
acompanham os desistentes, e falar sobre isso pode gerar
um grande problema.
Segundo BJ Foog, nada do que acontece aí é culpa sua. Mas será
mesmo? Bem, segundo ele, criar mudanças positivas não é tão fácil
como a gente pensa e muito disso acontece porque associamos a
nossa incapacidade de mudar à falta de motivação interna, ou seja,
muitos acreditam que, se não conseguimos ser mais produtivos,
perder peso ou fazer exercícios regularmente, é porque existe algo
errado com a gente.
A questão é que vivemos na sociedade do desempenho. Segundo
Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano, tendemos a medir nossa
qualidade através do quanto produzimos, desprezando variáveis ou
outras necessidades internas. Assim, não basta se esforçar mais, é
preciso ir além, deixar de se julgar o tempo todo, dividir suas aspirações
em microcomportamentos, aceitando os erros como descobertas
e buscar usá-los para avançar.
Quando falamos em mudanças, é preciso dar conta de que nós
mudamos muita coisa por entender que precisamos mudar, mas
nem sempre é porque escolhemos. Quando acreditamos não poder
escolher, entramos em um espaço difícil, em que brigamos com nós
mesmos e ainda nos criticamos e desvalorizamos.
Na percepção do autor (BJ Foog), construir micro-hábitos,
tomar decisões baseadas naquilo que realmente importa e faz
sentido para nós, e não com base no que é esperado da gente,
minha contribuição, é um casamento perfeito para imple-mentar coisas grandes que nunca imaginávamos que pudéssemos
conseguir.
A grande sacada? Usar o sentimento positivo da conquista como
acelerador e não a dor, a punição e a cobrança. Desruptivo, não
é mesmo? Com esse novo modo de pensar, você precisa começar
pequeno e talvez escolher uma única coisa por vez para realizar.
Começar pequeno dará a você vitórias não tão grandiosas, pequenos
motivos para celebrar e para não desistir. Veja como pode ser
bem mais fácil do que você imagina.
Quando eu acordar eu vou… Na hora do almoço eu vou… Antes
de deitar eu vou…
Assim, o que é micro é simples, menos é mais, é seguro e evita
que você procrastine ou encontre desculpas que o fariam utilizar a
falta do tempo como desculpa.
O micro não depende muito de motivação ou força de vontade,
e você não precisa, então, dizer para si que não é capaz ou bom o
suficiente.
Como fazer isso na prática?
Tente experimentar hoje mesmo. Pegue algo que você sempre
desejou mudar, quebre em uma ação pequena e possível, e escolha
um momento da sua rotina, já bem estabelecido, para ancorar sua
pequena nova ação, assim, esquecer será quase impossível (na hora
de escovar os dentes, por exemplo), e assim que conclui-la, celebre;
valorize ter conseguido.
Para Foog, o modelo seria encontrar uma Âncora, escolher o
comportamento e comemorar após a realização. Bem, se o modelo
é eficaz para você, é preciso prática para dizer, mas que a ideia é
interessante, realmente é.
O micro começa como sendo uma chave e depois novos e
maiores comportamentos podem ir sendo adicionados à prática.
Claro que, como boa questionadora, eu sei que não vai ser para
todos e existem pessoas com maior pré-disposição de levar esse
tipo de mudança a sério, mas a questão aqui é: se essa pessoa é
ou não é você. Vamos descobrir.