A boa higiene tem se mostrado um dos aspectos mais importantes no desenvolvimento das sociedades modernas. Muitas guerras foram perdidas não para as armas de fogo dos inimigos, mas para os vírus e bactérias que proliferavam nos campos de batalha.
No entanto, o que para os contemporâneos parece óbvio, nem sempre o foi. Até não muito tempo não se reconhecia a importância da higiene no combate às doenças. Particularmente, lavar as mãos com regularidade pode ser decisivo para evitar doenças infecciosas.
Durante a pandemia da Covid-19, a necessidade de se lavar as mãos com regularidade foi motivo de muitas campanhas educativas. As mensagens explicavam também como lavá-las corretamente. Mas lavar bem as mãos ainda não é suficiente.
O método de secá-las após a lavagem também é muito importante. Estudos científicos demonstram que o uso de toalhas de papel descartáveis é a melhor opção para garantir que microrganismos não contaminem o ambiente e outras pessoas.
Um dos produtos mais importantes para uma boa higiene são os papéis tissue. Os secadores de ar quente muitas vezes são apresentados como uma solução segura, eficaz e mais sustentável.
Mensagens como “o secador que salva árvores” têm sido eliminadas graças ao combate que Two Sides tem feito ao greenwashing que tanto prejudica o setor de celulose e papel.
Mas além de não salvarem nenhuma árvore e de consumirem energia elétrica, será que os secadores de ar quente são, de fato, eficazes do ponto de vista sanitário? Possivelmente não.
Vários estudos científicos têm demonstrado que o uso de ar quente pode aumentar o número de microrganismos no ambiente durante a secagem, bem como deixar uma quantia indesejável de agentes patogênicos na pele. Já o uso de toalhas de papel ajuda a remover microrganismos que ainda possam ter restado após a lavagem das mãos.
Citamos aqui três estudos científicos recentes que comparam as diferenças.
O primeiro estudo¹ demonstrou o maior nível de disseminação de micróbios no ambiente por secadores de ar, especialmente se a lavagem das mãos for imperfeita. O secador de ar dispersou o líquido e os micróbios das mãos dos usuários, em maior quantidade e a uma distância maior (até 1,5 m).
O segundo² usou gotículas de tinta para simular água nas mãos. A conclusão foi que a secagem com secadores elétricos contaminou tanto o usuário como quem estava próximo. A maioria das gotículas foi observada na região do tórax, e poderia corresponder à posição da face de uma criança.
A maior quantidade de resíduos que potencialmente conteriam agentes patogênicos foi observada quando o secador de ar foi usado. Em contraste, não foram observadas gotículas de tinta no usuário e nem em quem estava próximo, quando foram usadas toalhas de papel.
Esse estudo também descobriu que a contagem de bactérias no ar era muito maior na vizinhança imediata de secadores de ar do que próximo aos dispensadores de toalhas de papel.
O terceiro estudo³ confirmou as conclusões anteriores.
Essas evidências permitem afirmarmos, com bom nível de segurança, que toalhas de papel tissue são a melhor solução para secar as mãos, removendo melhor as gotículas que ainda possam conter agentes patogênicos. A absorção de umidade por toalhas de papel é fundamental na remoção de micróbios em suspensão nas gotas de água. ■
NOTAS
- E. L. Melhor, K. Redway
- E. L. Best et al.
- P. T. Kimmitt & K. F. Redway
Por: MANOEL MANTEIGAS DE OLIVEIRA – Diretor técnico de Two Sides América Latina.
Fundada em 2008, Two Sides é uma iniciativa global, sem fins lucrativos, que divulga os atributos
únicos, sustentáveis e atraentes do papel e das embalagens de papel, bem como esclarece equívocos
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Confira aqui o PDF da coluna publicada originalmente na Revista O Papel – Abril/25