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Agenda das empresas do setor de celulose e papel para 2025 – parte final

A agenda estratégica das empresas do setor de celulose e papel para 2025 destaca a necessidade de equilíbrio entre inovação, eficiência operacional e responsabilidade social

Dando continuidade à análise dos principais temas que compõem a agenda estratégica das empresas do setor de celulose e papel para o ano de 2025, preparei uma apreciação especial dividida em duas partes. Na coluna Estratégia & Gestão do mês de Fevereiro/2025, disponibilizei a primeira parte do assunto. Se você ainda não leu, vale a pena a leitura.

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Já na presente edição, apresento-lhe a segunda parte das análises, iniciando a partir do item 5, conforme a seguir, já que no artigo publicado na revista O Papel do mês passado, discorri o tema até o item 4.

Aqui, abordarei tópicos que impactam a competitividade e o crescimento sustentável da indústria. Com um cenário global dinâmico e exigências cada vez mais rigorosas, as empresas precisam equilibrar o atendimento das necessidades do mercado consumidor e os níveis adequados de governança e rentabilidade do negócio.

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5. Digitalização e Indústria 4.0


A digitalização continua a transformar o setor de celulose e papel, impulsionada pela necessidade de maior eficiência e controle operacional. Tecnologias de análise preditiva, Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) têm sido amplamente adotadas para monitoramento em tempo real de processos industriais e florestais. Sensores inteligentes permitem o acompanhamento contínuo de variáveis críticas, como umidade, temperatura e consumo energético, otimizando o desempenho e prevenindo falhas.

    A utilização de gêmeos digitais nas linhas de produção é uma tendência crescente, permitindo simulações precisas para ajustes operacionais sem a necessidade de paradas. Além disso, os sistemas integrados de ERP têm facilitado a tomada de decisões, conectando dados de produção, logística e gestão financeira. No entanto, a implementação dessas tecnologias ainda enfrenta desafios, como a necessidade de infraestrutura robusta, investimentos significativos e a capacitação contínua das equipes, principalmente quando se quer conectar dados on-line das operações de abastecimento do campo, industrialização e logística de entrega.

    Apesar de todos os benefícios da digitalização, há também implicações negativas, especialmente no que se refere à mudança de hábitos de consumo. A facilidade de acesso à informação, impulsionada pelo uso de smartphones, tablets e computadores, reduziu significativamente a demanda por produtos impressos. Dados do IBGE mostram que, atualmente, as vendas de livros, jornais e revistas no Brasil representam apenas 33% do volume registrado há 20 anos.

    Essa mudança reflete a preferência pelo consumo de conteúdos digitais, disponibilizados de forma instantânea em diversas plataformas. Se no passado as famílias investiam em enciclopédias para garantir acesso a conhecimentos fundamentais para o estudo de crianças e adolescentes, hoje essas informações estão a poucos cliques de distância, atualizadas em tempo real. A velocidade com que as informações circulam, aliada à diversidade de fontes e ao uso de IA para personalizar o conteúdo, transformou profundamente o mercado editorial e, consequentemente, a demanda por determinados tipos de papel.

    Por outro lado, o comércio eletrônico e o crescimento das vendas de alimentos por aplicativos de entrega impulsionaram o uso de embalagens de papel, papelão e papel-cartão. Outro aumento significativo vem ocorrendo em nível global relacionado aos produtos de higiene pessoal, na qual as linhas de produtos de papel para limpeza, papel higiênico e absorventes vêm despontando com grandes novos investimentos.

    6 – Mercado Global e Comércio Internacional

    O setor de celulose e papel brasileiro segue fortemente conectado ao mercado internacional, com exportações que atendem, principalmente, Ásia, Europa e América do Norte. A volatilidade cambial e as tensões geopolíticas têm exigido das empresas uma análise mais aprofundada dos riscos e oportunidades no comércio exterior.

      A crescente demanda asiática, especialmente da China, por celulose de fibra curta, impulsionou novos investimentos em capacidade produtiva. Por outro lado, a Europa tem adotado medidas regulatórias mais rígidas, exigindo certificações ambientais detalhadas e rastreabilidade completa das matérias-primas. O Brasil, ao possuir florestas plantadas certificadas e uma gestão sustentável consolidada, tem mantido sua competitividade, mas a concorrência com produtores de outras regiões, como o Sudeste Asiático, impõe a necessidade de constante inovação e eficiência logística.

      7. Desafios Logísticos

      A logística é um dos principais desafios operacionais para o setor de celulose e papel, dada a dependência de transporte de matérias-primas e produtos acabados em um território extenso como o brasileiro. O transporte rodoviário ainda domina a movimentação de cargas, mas enfrenta dificuldades com infraestrutura precária, aumento de custos com combustíveis e gargalos em corredores estratégicos.

      Portos como o de Santos-SP e Paranaguá-PR continuam sendo fundamentais para as exportações, mas a saturação desses terminais demanda investimentos urgentes em modernização e ampliação. Além disso, a intermodalidade, combinando transporte rodoviário, ferroviário e hidroviário, tem sido a alternativa buscada por algumas empresas para otimizar custos e prazos de entrega.

      A integração de tecnologias de rastreamento tem facilitado o gerenciamento das operações logísticas, com sistemas que monitoram o deslocamento das cargas em tempo real e permitem ajustes dinâmicos diante de imprevistos. Ainda assim, a dependência de uma malha viária eficiente e segura segue como um ponto crítico para o crescimento sustentável do setor.

        8. Responsabilidade Social Corporativa

        A responsabilidade social corporativa tem ganhado relevância nas estratégias empresariais, impulsionada por expectativas crescentes de consumidores, investidores e comunidades locais. O setor de celulose e papel, com suas operações muitas vezes situadas em regiões rurais, gera um impacto socioeconômico significativo, suscitando empregos diretos e indiretos e promovendo o desenvolvimento local.

        Programas de educação ambiental, capacitação profissional e apoio a comunidades carentes têm sido implementados por diversas empresas, visando fortalecer os laços com a população local e garantir uma relação sustentável de longo prazo. Projetos que estimulam o empreendedorismo local, especialmente em cidades com forte presença de plantações e fábricas, demonstram o compromisso da indústria com o desenvolvimento social.

        Nos últimos anos, o mundo corporativo tem dado sinais claros de uma mudança de paradigma, afastando-se de agendas identitárias para adotar uma gestão focada em competências e resultados. Empresas multinacionais de renome, de setores de alimentação, cosméticos, investimentos e outros, estão reorientando suas estratégias de gestão para valorizar o desempenho individual e coletivo, com foco na entrega de resultados e na capacidade técnica dos colaboradores.

        Essa guinada se justifica pela necessidade de manter equipes mais eficientes e engajadas, alinhando o desenvolvimento profissional ao crescimento do negócio. A perspectiva para os próximos anos é de que essa abordagem meritocrática se consolide globalmente, impulsionando um ambiente corporativo mais competitivo e dinâmico.

        Para Encerrar

        A agenda estratégica das empresas do setor de celulose e papel para 2025 destaca a necessidade de equilíbrio entre inovação, eficiência operacional e responsabilidade social. A capacidade de adaptação às demandas do mercado global, aliada a investimentos em tecnologia e iniciativas sociais, será determinante para a competitividade e sustentabilidade da indústria no cenário futuro. A flexibilidade para evoluir frente a um mercado dinâmico, especialmente com as mudanças nos hábitos de consumo e nas demandas globais, será fundamental para a prosperidade do setor nos próximos anos.

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