Na coluna deste mês Pedro Vilas Boas, diretor da Anguti Estatística, aborda o cenário para o segmento de aparas em 2024. Para o especialista, enquanto o mercado de aparas de papel oferece oportunidades para o próximo ano, os players do setor precisarão enfrentar uma série de desafios para garantir sua competitividade e sustentabilidade no mercado.
Ele explica que no fechamento do último ano, o mercado de aparas de papel enfrentou uma mistura de desafios e promessas, com dados da Empapel apontando para um desempenho robusto no último trimestre de 2023. Este período positivo impulsionou um aumento modesto nas expedições de caixas e chapas ao longo do ano, indicando uma tendência ascendente em comparação com 2022. Apesar disso, o setor de papéis reciclados teve que ajustar suas estratégias diante das flutuações do mercado, evidenciando a resiliência do segmento.
A redução dos estoques de bobinas e a estabilidade dos preços das aparas marrons foram resultados diretos desse crescimento, porém, as incertezas persistem para o primeiro trimestre de 2024, especialmente devido às preocupações com a disponibilidade de fibras virgens e os preços da celulose, que continuam a exercer pressão sobre o mercado.
Enquanto isso, o comércio varejista brasileiro enfrentou um cenário desafiador, com dados do IBGE apontando um crescimento moderado, mas com setores-chave perdendo força em comparação com o ano anterior. Apesar das expectativas de uma recuperação durante o ano letivo, o setor de livros, jornais, revistas e papelarias foi um dos poucos a apresentar uma queda nas perdas, sugerindo uma possível virada no horizonte.
A nível regional, alguns estados viram uma diminuição nas vendas, mas nenhum teve um impacto significativo na média nacional. Enquanto São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia demonstraram um crescimento modesto, a expectativa de uma melhoria nas vendas por estado não se materializou completamente, perdendo um pouco de impulso nos meses finais do ano.
No mercado de aparas, a entrada de papel de fibra virgem e a baixa coleta continuam a ser os principais pontos de discussão para 2024. A estabilidade nos preços é esperada, com possíveis aumentos ligeiramente acima da inflação, mas o setor enfrenta desafios significativos, incluindo a concorrência da matéria-prima virgem e a necessidade de se adaptar às mudanças no cenário econômico global e local.
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