Para iniciar o ano de 2023, preparei para esta edição um apanhado geral de indicadores macroeconômicos do Brasil. Nada mais oportuno do que o momento atual, tendo em vista a introdução de um novo modelo econômico apresentado pela equipe do novo presidente. Para facilitar as análises, todos os indicadores foram capturados utilizando a mesma janela temporal: últimos dez anos.
O primeiro indicador mostra a trajetória do Risco País (ver Figura 1 no PDF). Pela ótica do investidor, principalmente estrangeiro, o pico de risco se deu na virada dos anos 2015 e 2016. Nos últimos três anos, as tensões ficaram mais estáveis, embora a crise sanitária de 2019 tenha trazido o risco novamente para patamares mais elevados.
Já a Taxa de Câmbio (Figura 2) seguiu uma forte trajetória de desvalorização do Real em todo o período selecionado, com destaque para o momento do início das paralisações de produção durante a crise sanitária. Desde então, a faixa de câmbio entre R$ 5,00 e R$ 5,50 tem sido a realidade nacional.
Para os próximos anos, as previsões macroeconômicas do governo, dos gestores de investimentos e grandes bancos apontam para o aumento da taxa de risco em várias economias mundiais, incluindo o Brasil. Isso se deve principalmente à constante presença de indicadores ruins das maiores economias mundiais, que apontam para uma recessão iminente, e ao panorama geral das políticas públicas que o País adotará. Esses mesmos aspectos pressionarão a moeda local para continuidade da trajetória de desvalorização, ultrapassando facilmente a barreira dos R$ 6,00 já em 2023.