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Desafios econômicos e aumento nos custos pressionam o setor de embalagens

O setor enfrenta dificuldades devido à inflação, aumento nos custos de matérias-primas e baixa disponibilidade de aparas, criando um cenário de incerteza para 2025

As chuvas nas regiões sul e sudeste no início do ano, como previsto, reduziram a coleta de aparas, o que, aliado às expectativas de uma diminuição na coleta nos feriados de carnaval, e a ainda alta demanda por papel, permitiram que a pressão por aumentos de preços das aparas marrons tivesse sucesso, voltando a crescer em fevereiro de 2025, interrompendo um raro período de sete meses de estabilidade para o setor de embalagens.

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Nossa economia segue confusa, com a inflação em tendência de alta, o que, aparentemente, não preocupa o governo que continua estimulando o consumo interno via endividamento da população, o que, invariavelmente, acaba em recessão e, mesmo quando consideramos a economia mundial, a perspectiva não melhora, com as confusas medidas do governo Trump provocando redução nos investimentos e, por consequência, queda na atividade econômica.

O volume de expedição de caixas e chapas para o primeiro mês do ano divulgado pela Empapel foi revisto e de um crescimento de 0,8% frente a janeiro de 2024, tivemos uma queda de 1,2%, o que começa a pôr em xeque a previsão inicial de um crescimento de 4,2% na expedição de caixas em 2025 frente a 2024, até porque as informações preliminares de fevereiro confirmaram a tendência de queda e, agora, a expedição no primeiro bimestre de 2025 ficou 1,4% abaixo da registrada no ano passado.

As tarifas de importação que estão sendo impostas pelo governo americano e as reações que já estão gerando em outros países poderão beneficiar as exportações brasileiras e, por consequência, das embalagens de papel, o que, no caso das aparas, poderá significar uma menor oferta do produto e manutenção do atual nível de preços e até de uma continuidade no movimento de alta observado em fevereiro, mesmo com queda moderada na atividade econômica interna. O que podemos dizer com certeza é que teremos mais um ano desafiador pela frente.

O desempenho do volume de vendas no comércio brasileiro, divulgado pelo IBGE, registrou um bom começo de ano e, em janeiro último, apenas o setor de livros, jornais, revistas e papelarias apresentou queda em relação ao primeiro mês de 2024. No campo positivo ficaram os demais nove setores acompanhados pelo instituto com destaque para os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos que, como já mencionamos, são grandes consumidores de embalagens de papelcartão e, particularmente os medicamentos, grandes consumidores de papéis de imprimir e escrever utilizados na impressão das bulas.

No geral, o comércio brasileiro registrou um crescimento de 3,1% em seu volume de vendas no comparativo janeiro de 2025 contra igual mês de 2024, o que podemos considerar um excelente resultado e que gera grande expectativa para os próximos meses, já que, aparentemente, nossa economia está perdendo força. Entre as unidades federativas apenas quatro estados, Mato Grosso, Roraima, Sergipe e Rondônia, apresentaram queda no volume de vendas no comércio, na comparação interanual dos meses de janeiro, sendo todos nas regiões norte e nordeste e pequenos geradores de aparas.

Os grandes geradores ficaram no campo positivo com destaque para o Rio Grande do Sul, onde o volume de vendas no comércio registrou um crescimento de 10,8% no período considerado. Neste caso, todos localizados nas regiões sul e sudeste onde as chuvas de janeiro prejudicaram fortemente a coleta de aparas de papel.

O abastecimento de aparas marrons permaneceu crítico em fevereiro de 2025, levando a um aumento inevitável de preços, com as aparas de ondulado I e II, encerrando o mês comercializadas por, em média, R$ 1.234,82 e R$ 1.096,33 a tonelada com reajuste, em relação ao mês anterior, de 6,4% e 6,8%, respectivamente, lembrando que esses valores são fob depósito e devem ser acrescidos de ICMS na venda entre estados. Alguns fabricantes concederam dois reajustes no período e, ao final do mês, os valores das aparas já estavam superiores aos médios divulgados aqui.

A pressão por aumentos continua e com o carnaval reduzindo a entrada de aparas nos depósitos acreditamos que o estoque nas fábricas deve permanecer baixo, dificultando a vida dos compradores de matéria-prima. Por outro lado, os fabricantes de papel e caixas estão reportando uma maior dificuldade em suas vendas, nem tanto com os volumes, mas sem conseguirem repassar os custos que também foram fortemente impactados com os reajustes no frete e, principalmente, nos produtos químicos e, desta forma, a margem de preços foi reduzida neste primeiro bimestre.

A expedição de caixas e chapas divulgada pela Empapel para fevereiro de 2025 foi de 323,3 mil toneladas, com uma queda de 1,6% em relação a fevereiro do ano passado, mantendo o desempenho no comparativo mensal interanual no campo negativo pelo terceiro mês consecutivo.

Os fabricantes de caixas estão relatando vendas difíceis, o que pode ser confirmado pela queda no volume de expedição divulgado pela Empapel. Porém, o aumento de custos ao final do ano com os reajustes salariais e das matérias-primas e que, no início do ano, ganharam reforço com aumentos nos produtos químicos e o frete que estão provocando uma diminuição na rentabilidade do papel, mesmo quando consideramos que os preços do papel miolo vêm sendo reajustados para cima continuamente desde fevereiro do ano passado.

Em fevereiro último o papel foi comercializado por, em média, R$ 4.600,00 a tonelada com impostos, com um reajuste de 0,1% em relação ao mês de janeiro e de 37,6% em relação a fevereiro do ano anterior.

No segundo mês do ano as exportações de aparas superaram as importações. Contudo, como acontece há tempos, os volumes continuam insignificantes. A proibição de importações ainda não foi regulamentada e acreditamos que não deverá restringir as aparas marrons, mas talvez sua redução já seja um reflexo da Lei, até porque, como vimos, os preços das aparas estão em alta no mercado interno. No exterior, o OCC4, equivalente ao nosso ondulado I, encerrou o mês de fevereiro comercializada por, em média, US$ 106 a tonelada.

Com o resultado de fevereiro, o comércio exterior de aparas acumulou, no primeiro bimestre de 2025, exportações de 4,4 mil toneladas e importações de 4,6 mil toneladas com crescimento de 35,3% no volume encaminhado para o exterior e queda de 5,1% no volume que fez o caminho inverso. Acreditamos que o comércio exterior de aparas deve manter seus baixos volumes históricos e deixaremos de acompanhar nesta coluna.

Setor de embalagens e as importações de papel reciclado

As importações de papel reciclado que apresentaram um substancial crescimento em janeiro de 2025, ultrapassando as exportações pela primeira vez em nosso acompanhamento, voltou a cair, ficando abaixo das exportações em fevereiro deste ano, quando encaminhamos 5,3 mil toneladas para o exterior, contra importações de 2,0 mil toneladas. Mesmo assim, o crescimento das importações chama nossa atenção já que, no comparativo de fevereiro de 2025 contra fevereiro de 2024 o volume importado sofreu um incremento de 715,0%.

Outro fato que requer atenção é que a origem das importações está concentrada em Israel de onde vieram 79% do volume importado, seguido do Egito com 13,0%. As aparas brancas apresentaram tendência oposta em fevereiro deste ano com a Branca de 1.ª ganhando valor e a branca II e III perdendo. Ao final do mês registraram o preço médio de: R$ 2.672,50, R$ 1.293,33 e R$ 861,00 a tonelada fob depósito, respectivamente.

O consumo permanece baixo, mas, com a celulose recuperando valor na Europa, onde encerrou fevereiro cotada a US$ 1.066 a tonelada, poderemos ter um impacto positivo na demanda por aparas brancas, embora o maior problema do segmento é que a produção nacional de papéis de fins sanitários a partir da celulose continua crescendo e tomando lugar do papel reciclado.

Anguti

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