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Economia e legislação: desafios que moldarão o mercado de aparas e embalagens em 2025

Análise do desempenho do setor de embalagens e as previsões para 2025, com foco em aparas, legislação e impactos econômicos

O ano de 2024 finalizou com as aparas brancas e marrons mantendo preços estáveis, o que, no caso das marrons, vinha acontecendo durante todo o segundo semestre do ano passado, e não é um fato muito comum.
Os números do comércio varejista para o mês de dezembro de 2024 e o fechamento do ano só serão divulgados oficialmente pelo IBGE em meados de fevereiro, mas considerando como estimativa as informações divulgadas pela empresa Stone, tivemos uma redução de 1,7% nas vendas de dezembro de 2024 frente a igual mês de 2023, o que, se confirmado pelo IBGE, frustra as perspectivas de um excelente fim de ano com fortes vendas de Natal. Confira o texto publicado originalmente na Revista O Papel e todos os gráficos em revistaopapeldigital.org.br

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Leia também: Desempenho do mercado de embalagens e projeções para 2025

Mesmo assim, para todo o ano de 2024, a empresa registrou um crescimento de 0,6%, lembrando que, como divulgamos à frente, até novembro do ano passado o IBGE apontou um crescimento de 5,0% no volume de vendas do varejo brasileiro. Como disse, os números oficiais ainda serão divulgados em fevereiro próximo, contudo, se considerarmos o resultado da expedição de caixas e chapas divulgado pela Empapel, realmente dezembro de 2024 trouxe resultados abaixo do esperado, o que, sem dúvida, aumenta a dificuldade de avaliar o que será 2025.

Outras novidades que poderão impactar o setor e devem ser monitoradas com atenção este ano são a recentemente promulgada Lei n.º 15.088 de 6 de janeiro de 2025 que proíbe a importação de resíduos sólidos e que, embora traga como exceção as aparas de papel de fibra longa, ainda precisa ser regulamentada e, ainda na esfera governamental, temos o Decreto de Logística Reversa de Embalagens que, entre outros pontos críticos, traz a obrigação de conteúdo reciclado nas embalagens de papel.

Porém, sem dúvida, o principal ponto de atenção é o desempenho da nossa economia que não apresenta boas perspectivas, o que poderá dificultar o desempenho das embalagens no próximo ano. Também devemos acompanhar o desempenho da indústria nacional que, entre os cinco setores em que se divide, vem apresentando resultados bem diferentes com a indústria de bens de capital caminhando abaixo da grande consumidora de embalagens que é a indústria de bens de consumo duráveis.

O desempenho do volume de vendas no comércio varejista brasileiro, no comparativo de novembro de 2024 contra novembro de 2023, registrou um incremento de 4,7% com uma queda de dois pontos percentuais em relação ao comparativo anterior, contudo, ainda assim, um bom resultado e, no acumulado do ano até novembro, o volume de vendas ficou 5,0% acima do registrado em igual período de 2024.

Entre os dez setores acompanhados pelo IBGE, três ficaram no campo negativo, com os livros, jornais, revistas e papelaria mantendo um mau desempenho pelo sétimo mês seguido na comparação com os mesmos meses do ano passado. No campo inverso, o melhor desempenho ficou com os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e os grandes geradores de aparas marrons, os supermercados, mantiveram o bom crescimento de 6,2% no comparativo de novembro de 2024 contra igual mês de 2023 e, no acumulado dos 11 primeiros meses do ano, o volume de vendas ficou 5,8% acima do registrado no mesmo período anterior em crescimento que podemos transferir para o volume de aparas fornecidos por esses varejistas.

Quando observamos o volume de vendas acumulado no ano nos diversos entes federativos, observamos uma melhora de uma forma geral, sendo que um crescimento inferior à média nacional de 5,0% ocorreu em apenas cinco estados, embora, entre eles, encontramos São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais que são os maiores fornecedores de aparas de papel para a indústria recicladora nacional.

O 4.º maior fornecedor, o Rio Grande do Sul, que, além das suas poucas fábricas, abastece, principalmente, Santa Catarina e Paraná, o crescimento do volume de vendas ficou em 7,8% no período considerado, garantindo que o volume de material vindo do estado já está dentro dos padrões normais.

Após 11 meses de sucessivos recordes, a expedição de caixas e chapas, divulgada pela Empapel para o mês de dezembro de 2024, apresentou uma queda de 1,1% em relação a dezembro de 2023, totalizando 313,3 mil toneladas, sendo que a última queda observada neste volume foi registrada no comparativo de setembro de 2023 contra setembro de 2022.

No total, em 2024, foram entregues ao mercado 4,2 milhões de toneladas de caixas e chapas em volume 4,9% superior ao observado em todo o ano de 2023. Sem dúvida, foi um bom ano para o setor, mesmo observando que o papel reciclado sofreu com a maior presença de papel de fibra virgem, mas o resultado de dezembro de 2024 aumenta a expectativa para 2025 que, ao que indicam os economistas, será um ano de crescimento menor que o observado em 2024.

De qualquer forma, as aparas de papelão ondulado mantiveram seu valor pelo sexto mês consecutivo, o que é um fato pouco comum no volátil mercado de aparas e, em dezembro do ano passado, foram comercializadas por R$ 1.160,27 o ondulado I e R$ 1.020,24 o ondulado II, sempre considerando a tonelada fob depósito sem impostos e, embora estáveis há seis meses, as aparas acumularam no ano reajuste de 72,2% e 81,93%, respectivamente.

Como era de se esperar, o valor médio de comercialização do papel miolo também se manteve estável em dezembro passado, com o produto sendo comercializado por R$ 4.561,20 a tonelada com impostos, com a demanda mantendo-se acima do normal para esta época do ano e, em que pese poucos fabricantes terem expandido suas paradas além dos dias dos feriados de Natal e Ano Novo, o estoque de bobinas prontas está iniciando 2025 em volume abaixo do normal.

No caso do papel miolo, o reajuste acumulado em 2024 foi de 37,1%, considerado suficiente para compensar os custos com a matéria-prima. Entretanto, aqui também as dúvidas sobre o desempenho do setor em 2025 são grandes. A realidade dos fabricantes de papel miolo não foi acompanhada pelos fabricantes de papel maculatura que encontraram maiores dificuldades com os custos das aparas.

O fluxo internacional de aparas nunca apresentou volume alto e constante tanto nas importações quanto nas exportações, porém, a importação foi uma alternativa utilizada pelos fabricantes nos momentos de crise no abastecimento, como aconteceu na pandemia e, mais recentemente, com as chuvas no Rio Grande do Sul que prejudicaram a coleta no estado.

Mesmo assim, o governo, preocupado com o valor social da coleta de material reciclável, entendeu que deveria proibir as importações de resíduos sólidos. Na Lei consta uma ressalva que permite a importação de aparas de papel de fibra longa, o que vai exigir muita atenção dos fabricantes quando da regulamentação da Lei. Em 2024, importamos 42,5 mil toneladas e exportamos 22,7 mil toneladas, o que, convenhamos, não significa nada diante de um mercado superior a 4 milhões de toneladas por ano.

Da mesma forma que nas aparas, o fluxo internacional de papel miolo e testliner não é impactante no mercado interno, mas, eventualmente, ajuda na normalização entre oferta e demanda do produto, o que podemos ver no gráfico com o recente aumento nas importações que se tornaram possível em função da elevação dos preços no mercado interno. As exportações acontecem de forma regular, tendo a Argentina como principal destino do papel miolo nacional, recebendo cerca de 30% de tudo que encaminhamos ao exterior e que, no total, dificilmente ultrapassam 10 mil toneladas mensais.

Em novembro passado, exportamos 4,8 mil toneladas contra 2,0 mil toneladas que fizeram o caminho inverso e, no ano, encaminhamos para outros países 71,4 mil toneladas e importamos 9,5 mil toneladas, com um saldo positivo de 61,8 mil toneladas.

No caso das aparas brancas, também observamos preços estáveis já há alguns meses, todavia, neste caso, os valores estão abaixo da média histórica e, inclusive, já vem sendo observado um aumento na presença da branca III nas aparas marrons e, com a celulose perdendo valor no mercado externo, fica difícil vislumbrar uma recuperação das brancas que estão encerrando o ano cotadas a: R$ 2.672,22, R$ 1.446,00 e R$ 874,00 a tonelada fob depósito, respectivamente para a branca de 1ª, branca II e branca III.

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