Por Rayana Reis* – O Comitê Brasileiro de Celulose e Papel (CB029), gerido pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP) e integrante dos Comitês da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), tem atuado fortemente na atualização de normas técnicas essenciais para este setor em seus vários segmentos.
Para tornar isso possível, ao longo de 2024, o CB029 reuniu 402 membros em Comissões de Estudos. Foram realizadas 29 reuniões, resultando em 20 normas revisadas, das quais destacam-se nove que já foram publicadas oficialmente pela ABNT.
Entre elas, três normas são da Comissão de Estudos (CE) de Aparas de Papel, que revisou normas que garantem maior precisão na classificação das aparas e aprimoram os processos de reciclagem. As outras seis normas publicadas pertencem à Comissão de Estudos de Ensaios Gerais para Chapas de Papelão Ondulado. São normas essenciais voltadas a garantir a resistência e a qualidade das embalagens de papelão ondulado, alinhando as práticas brasileiras às internacionais.
É importante destacar que a finalidade do Comitê é envolver diversas partes interessadas, como fornecedores, clientes, suporte técnico e científico, órgãos do governo, e proporcionar meios eficientes para a troca de informações entre eles, melhorando a confiabilidade de relações comerciais e de serviços. Atualmente, o CB029 é responsável por 191 normas de celulose e papel.
Para o ano de 2025, selecionamos outras 31 normas a serem revisadas tecnicamente, que estão distribuídas entre 13 Comissões de Estudos (CEs). A participação nas CEs é aberta a todos os interessados atuantes no setor. Para obter mais informações, envie um e-mail para: [email protected].
Comissão de Estudos Aparas de Papel
A Comissão revisou três normas em 2024 relacionadas às aparas de papel e papelão ondulado, com o objetivo de fornecer informações cruciais para o setor e harmonizar os conhecimentos sobre o tema.
“A reciclagem de papel depende de aparas adequadas ao produto final que será fabricado, e, para isso, o mercado de aparas envolve a colaboração de diversos atores”, afirma Maria Luiza Otero D’Almeida Lamardo, coordenadora da CE, doutora em Ciências pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (INPE) e pesquisadora no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT-SP).
- ABNT NBR 15483 – Aparas de papel e papelão ondulado – Classificação
A revisão manteve as oito classificações de aparas existentes e adicionou mais três categorias, passando a ter 33. Houve ajustes nos teores máximos de umidade, impurezas e materiais proibitivos. - ABNT NBR 15484 – Determinação do teor de umidade – Método por secagem em estufa
Mantém o princípio do ensaio (secagem a 105 °C ± 2 °C até massa constante), com texto mais claro e objetivo. - ABNT NBR 15769 – Comercialização de aparas
Define condições de fornecimento e recepção, com mudanças pontuais para eliminar dúvidas de interpretação.
CONFIRA AQUI O PDF DO ARTIGO ASSINADO DE NORMALIZAÇÃO TÉCNICA PUBLICADO NA EDIÇÃO DE MAIO DA O PAPEL
Comissão de Estudos de Ensaios Gerais para Chapas de Papelão Ondulado
A CE foi reativada em 2024 sob a coordenação de Maria Eduarda Sá Moreira Dvorak, gerente de qualidade da Regmed. A participação aumentou com o modelo virtual de reuniões.
- ABNT NBR 6737 – Determinação da resistência à compressão de coluna
Avalia a capacidade de caixas suportarem empilhamento sem deformar. É a norma mais usada no Brasil. - ABNT NBR 15068 – Determinação do coeficiente de atrito estático – Método do plano horizontal
Assegura empilhamento seguro. Coeficiente baixo pode causar queda de caixas. - ABNT NBR 15231 – Papel para miolo – Determinação da resistência à compressão de coluna (CCT)
Elimina modelo obsoleto e não reprodutível de barra de flexão, evitando divergências entre empresas. - ABNT NBR ISO 3038 – Determinação da resistência da colagem por imersão em água
Norma internacional adotada pelo CB029, essencial para garantir qualidade em ambientes úmidos, como frigoríficos. - ABNT NBR 14972 – Determinação da resistência da colagem por separação seletiva com pinos
Garante colagem adequada entre capas e miolo, crucial para resistência ao empilhamento. - ABNT NBR ISO 7263-1 – Determinação da resistência ao esmagamento após ondulação em laboratório – Parte 1: Onda A
Norma ISO em consulta nacional. Refere-se ao ensaio com equipamento de onda tipo A, comum no Brasil.
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*Chefe de secretaria do CB029