Entre final de janeiro e começo de março do corrente ano, o preço da celulose de fibra longa por tonelada (NBSKP) subiu US$ 50 nos EUA, enquanto no mesmo período o preço do papel jornal caiu de US$ 25 no mesmo país. O preço da tonelada de celulose de fibra longa (NBSKP) também subiu, no mesmo período, em US$ 50 na Europa, segundo os dados da Natural Resources Canada (ver a Tabela 1). E novas altas de preços deste produto, bem como da celulose de fibra curta (BHKP), ocorreram na Europa em março e começo de abril de 2024, segundo a Norexeco (ver a Tabela 3).
Isso porque os estoques europeus de celulose continuam em níveis muito baixos. Há problemas de abastecimento com papéis importados pela Europa (em especial, os oriundos da China), pois os ataques de Houthis a navios mercantes, no mar vermelho, fazem com que os navios oriundos da Ásia, em especial da China, para a Europa tenham que contornar a África ocidental, encarecendo o preço do frete. Com isso, produzir mais papel na Europa acaba sendo vantajoso, mas ao mesmo tempo implica em uso dos estoques existentes de celulose, os quais já são relativamente baixos, o que ajuda a encarecer o produto no continente europeu.
Na China também ocorreram aumentos dos preços em dólar norte-americano das celuloses (tanto de fibra longa, NBSKP, quanto de fibra curta, BHKP) em março e começo de abril do corrente ano. Há, no entanto, como já diversas vezes ressaltadas nesta coluna, patamares diferentes e intensidades distintas dessas altas de preços segundo a fonte de dados consultada (o que será mais detalhado à frente).
Os fabricantes nacionais de celulose seguem a tendência da precificação internacional da celulose e estão também elevando os preços em dólar norte-americano para o produto vendido no mercado interno, pelo menos quanto ao preço lista divulgado. Mas as cotações em reais dos papéis nas vendas da grande indústria a grandes compradores não têm, pelo menos em começo de abril, sofrido alterações expressivas.
A alta mais sensível foi do preço em reais do papel off-set cortado em folhas e vendido em nível de distribuidoras a pequenas gráficas e copiadoras da região de Campinas-SP, que teve ligeiro aumento de preços em reais em abril, provavelmente associado à desvalorização cambial que acometeu o real nos primeiros 15 dias deste mês.
No mercado paulista de aparas houve em abril, frente a março (ambos se referindo ao presente ano), fortes quedas dos preços em reais das aparas brancas, das aparas de jornais e das de cartolinas.
O mercado canadense de chapas de madeiras e de madeiras serradas presenciou em março, frente a fevereiro (ambos meses se referindo a 2024), elevadas altas de preços em dólar norte-americano para o metro cúbico de compensado, de chapas OSB e de madeiras serradas de spruce, pine e fir (espécies arbóreas do Canadá). Essas altas foram de 16,2%, de 20,9% e de 2,1%, respectivamente. O preço médio do metro cúbico de compensado no Canadá atingiu US$ 1.202,57 em março passado, valor não observado desde julho e agosto de 2022.
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