Há muitos anos, quando as indústrias de café solúvel começaram a exportação desse tipo de café, uma embalagem para um volume correspondente a 40kg foi criada e sobre ela queremos falar aqui, pois, na época, com o conhecimento que tínhamos, considerávamos desafiador. A solução, propriamente, dependia mais da resistência do papelão ondulado e do custo do que a concepção do projeto em si. Foi um aprendizado. Creio que os projetistas de hoje não teriam que quebrar a cabeça para solucionar o problema.
Relembrando: A embalagem foi criada para exportação de café solúvel em um saco plástico com volume para 40 kg de café solúvel. Dada à densidade do produto, as dimensões da embalagem eram relativamente grandes: algo como 400x400x1000. O estilo da embalagem era uma caixa normal mais acessórios (inicialmente, uma cinta de reforço. Depois, dois calços em U).
A embalagem era armazenada e transportada “deitada”, isto é, se apoiava por uma das suas faces laterais (com dimensões de 400×1000). A embalagem primária era um saco feito com um filme plástico de dimensões adequadas para 40 kg de café em pó. (A densidade do café solúvel em pó pode ser calculada considerando o peso e o volume).
As dimensões da embalagem, na realidade um “pouquinho” diferentes das que registramos acima, foram deduzidas a partir das dimensões do contêiner que seria usado na exportação. A qualidade do papelão ondulado deveria ser de um tipo parede dupla e de alta resistência de coluna para garantir uma alta resistência à compressão e com um abaulamento o mínimo possível para evitar que as dimensões externas da embalagem viessem a dificultar o carregamento (estufagem) do contêiner.
Assim, a embalagem primária era o saco plástico e a secundária, ao mesmo tempo embalagem de exportação, era a embalagem de papelão ondulado. E, se quisermos, seguindo essa classificação das embalagens, o contêiner seria a embalagem terciária.
Primeiro, a embalagem de papelão ondulado possuía um acessório interno que era uma cinta de reforço com ondas invertidas em relação às da caixa. Dessa forma, na posição de armazenagem e posicionamento no contêiner, as ondas da caixa estavam na horizontal e as ondas da cinta ficavam na vertical (uma combinação visando melhor resistência à compressão).
Posteriormente, a cinta de reforço foi substituída por dois calços em “U” colocados um no fundo e outro no topo da caixa. As quatro colunas verticais dos calços substituíram, e com vantagens, a cinta de reforço; a economia foi altamente positiva. (Ver desenhos abaixo).

A resistência à compressão da embalagem era de 1300 a 1400 kgf, o que evidenciava um Fator de Segurança bem alto, considerando as fases de movimentação, estocagem, empilhamento (colunar), carregamento no contêiner (estufagem) e transporte.
O registro é, também, para lembrar aos projetistas de embalagem de papelão ondulado que há certas embalagens que têm vida longa, o que significa um projeto de sucesso, pois está comprovado o bom desempenho por tantos anos em uso real.
Esta embalagem aparece, como por exemplo, em um Manual Técnico do IPT (Embalagem e Acondicionamento para Transporte e Exportação) na discussão do aproveitamento de área do papelão ondulado utilizada e seu posicionamento no contêiner de exportação. As dimensões, porém, diferem bastante daquelas indicadas acima, mantendo uma adequação às dimensões do contêiner e praticamente igual à área de papelão ondulado utilizada.
Artigo publicado originalmente na revista O Papel, edição de dezembro
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