A Embalagem Guarda-Roupa tem uma história e não é, portanto, coisa de agora. Vou contá-la neste artigo, para que os leitores possam conhecê-la. Numa determinada época (há 25 ou 30 anos), indústrias de confecção do Rio Grande do Sul enviavam vestuário, principalmente ternos, para as lojas em São Paulo. Os ternos (vamos considerar somente ternos nessa história) eram enviados em caixas tipo telescópicas (código 0300 da Classificação ABNT). Como os ternos vinham dobrados dentro da embalagem, eles chegavam em São Paulo muito amassados (amarrotados), precisando ser passados a ferro para exposição nas lojas para venda; isso tinha um custo e ele era significativo.
A consulta do vendedor ao nosso laboratório de embalagem foi: “vocês não poderiam construir uma embalagem na qual os ternos viessem nos cabides e posicionados como o fazemos quando os guardamos em nossos guarda-roupas?”.
Consultamos o que havia no mercado e encontramos embalagens que usavam um cabo de madeira fixado nos dois extremos em duas laterais opostas da embalagem; resolvemos, porém, utilizar somente papelão ondulado, criando uma embalagem composta de uma Meia Caixa Normal (MCN) e uma tampa com várias dobras no centro, que formavam como que uma “travessa”, suficientemente forte que se encaixava no topo de duas laterais opostas da caixa, para suportar o “conteúdo” em cabides posicionados em furos distribuídos ao longo da “travessa” de papelão ondulado. A ideia era simples e muito original em termos de papelão ondulado! (O desenho ao lado deve dar um melhor entendimento à nossa razoável descrição).
Posteriormente, as indústrias têxteis criaram um tecido que não “amarrotava”, e as confecções do Rio Grande do Sul voltaram a usar as embalagens antigas; mais compactas e que permitiam transportar mais produtos nos caminhões de transporte. Parecia que a Embalagem Guarda-Roupa havia perdido a utilidade – o que realmente aconteceu para a primeira opção descrita –, mas não, ela ganhou outras áreas. Por exemplo, passaram a ser usadas pelas transportadoras de mudanças e, ainda, para o transporte de roupas em algumas exibições/desfiles de moda.
É possível ver, ainda hoje, essas embalagens transportadas em caminhões tipo baú de algumas transportadoras de mudança rodando por aí.
Resgatar essas lembranças deve ter algum sentido até mesmo para projetistas de hoje que já encontram muitos modelos codificados, como é o caso das embalagens apresentadas na Classificação ABNT e codificadas segundo critérios internacionalmente conhecidos seguindo a Classificação FEFCO.
LEIA AQUI O ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA O PAPEL
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