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Ecologia industrial: uma ponte para o desenvolvimento sustentável

A Ecologia Industrial integra o crescimento econômico e a sustentabilidade, promovendo o reaproveitamento de resíduos e a economia circular na indústria.

Visando atingir o equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação da natureza, o conceito de Ecologia Industrial (EI) surge com a perspectiva fundamental da natureza como modelo, por meio da integração entre os sistemas ecológico e industrial. Assim, os resíduos de um processo produtivo poderão servir de matéria-prima para a fabricação de outros subprodutos.

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A EI propõe fechar os ciclos de materiais e energia no sistema produtivo, tratando-o como parte integrante do ambiente natural, oferecendo um quadro conceitual para interpretar os sistemas industriais com base na compreensão dos sistemas naturais e aplicar princípios como otimização e limites de capacidade. A EI busca transformar processos industriais lineares em cíclicos, nos quais resíduos de um processo servem como matéria-prima para outro (Figura 1).

A EI é um campo de estudos novo e abrangente, que prega uma abordagem integrada da relação entre a indústria e o meio ambiente. Mais desenvolvida em países como Japão, Estados Unidos e na comunidade europeia, a EI busca prevenir a poluição, promover a reciclagem e a reutilização de resíduos, o uso eficiente dos recursos e insumos produtivos, assim como estender a vida dos produtos industriais. A ideia é que os recursos utilizados pela indústria se mantenham dentro do ciclo de produção, evitando desperdícios. (eCycle, 2024, disponível em: https://www.eCycle.com.br. Acesso em: dez. 2024).

De acordo com eCycle (2024), o termo Ecologia Industrial (EI) começou a aparecer em pesquisas e artigos científicos nos anos 1970, e foi também nessa época que o Japão incluiu a relação com o meio ambiente na atuação prática de suas indústrias.

A EI, também associada ao termo ecossistema industrial, prega a integração e cooperação entre as indústrias, que poderiam se reunir em ecoparques industriais e adotar processos integrados de produção, em que os resíduos gerados em um processo servissem como matéria-prima em outro ou pudessem ser utilizados como subprodutos em outra indústria ou processo. Adotar a proposta da EI faz com que uma indústria integre um sistema baseado na Economia Circular, justamente porque, em termos ideais, todos os recursos utilizados são reaproveitados.

As práticas propostas na EI integram políticas necessárias para o desenvolvimento sustentável e já estão sendo adotadas por algumas indústrias. Durante a Conferência da ONU, Eco-92, que aconteceu no Rio de Janeiro, em 1992, foi colocada a necessidade de se obter respostas práticas para o conceito de desenvolvimento sustentável. A EI é um dos caminhos para responder a essa questão. As propostas tradicionais são focadas na prevenção e redução de resíduos, enquanto a EI entende que pode até ser aceitável e benéfico o aumento da produção de um tipo particular de resíduo, desde que ele possa ser reutilizado como matéria-prima.

No Brasil, a área da EI ainda é embrionária e principalmente teórica, mas tem se expandido, em especial nas universidades, sendo o primeiro passo para a implementação de usos práticos. No plano mundial, além de vários livros publicados, existem dois periódicos científicos bastante importantes que publicam artigos relacionados ao tema: o Journal of Industrial Ecology, disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/journal/15309290. Acesso em: dez. 2024 e o Journal of Cleaner Production, disponível em: https://www.sciencedirect.com/journal/journal-of-cleaner-production. Acesso em: dez. 2024.

A EI tem-se expandido bastante desde os anos 1980, 1990, 2000 e nas primeiras duas décadas deste século, conforme aumentaram os alertas quanto à degradação ambiental, mudanças climáticas e as consequências do modelo de industrialização em curso. A ideia final é o desenvolvimento sustentado industrial e destacar a importância da circulação de materiais no sistema e acompanhar os fluxos de energia e massa dos sistemas. No geral, a EI ainda está em uma etapa de construção, mas já demonstra um grande potencial frente aos problemas ambientais contemporâneos.

Profissionais como engenheiros e administradores, assim como economistas e políticos, podem encontrar no conceito um vasto campo para ação e estudo de novas soluções, tão necessárias à área industrial. O caminho da EI permite que as empresas gastem menos recursos ao reutilizar o que já foi usado uma vez, e evitem futuros desperdícios, promovendo uma melhor integração do ser humano com a natureza.

Neste contexto, importante destacar que a indústria de celulose e papel, um dos pilares da economia global, tem importante missão a cumprir no enfrentamento dos desafios crescentes relacionados ao gerenciamento de resíduos. Com a crescente pressão por práticas sustentáveis e a busca por uma economia circular, a inovação no reaproveitamento de resíduos, tornou-se não apenas uma necessidade ambiental, mas também uma oportunidade econômica.

Observe que de acordo com Valor Econômico de 16/02/2023, a indústria brasileira de celulose e papel é uma das maiores do mundo, com 220 empresas distribuídas entre 540 municípios em 18 estados brasileiros. Diante de tamanha representatividade, o desenvolvimento sustentável surge como pauta necessária a tal indústria, visando garantir sua perenidade e auxiliar o planeta, valorizando as boas práticas relacionadas ao meio ambiente, aos aspectos sociais, à transparência e à gestão.

LEIA AQUI O ARTIGO ORIGINAL PUBLICADO NA REVISTA O PAPEL – EDIÇÃO JANEIRO

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