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Tissue: preocupação com margens apertadas prevalece em 2025

O cenário, que foi desafiador nos últimos anos, deve seguir em 2025 e exigir de produtores atenção.

O setor de tissue vem enfrentando margens apertadas nos últimos anos em virtude do aumento nos
custos produtivos e pouca capacidade de repasse na ponta final do consumidor, dando suporte a
movimentos de consolidação e integração. O cenário, que foi desafiador nos últimos anos, deve seguir em 2025 e exigir de produtores atenção.

Na ponta dos custos, é importante lembrar que a indústria brasileira de tissue é exposta aos preços internacionais de celulose e de químicos, apesar de o País ser um grande produtor da matéria-prima. Essa exposição acontece de forma natural, uma vez que a produção doméstica tende a ser direcionada ao
mercado externo, que paga em dólares.

Assim, apesar de um ano com variação irregular nos preços internacionais da celulose, que registraram queda
ao final do ano, as cotações domésticas se mantiveram extremamente pressionadas ao longo do ano todo em função da desvalorização cambial no período. Vale lembrar que a taxa de câmbio média passou de R$ 4,90/US$ em dezembro de 2023 para R$ 6,11/US$ ao final de 2024, uma valorização de 25%. Mesmo se excluirmos o forte aumento a partir de novembro no indicador, a taxa de câmbio média chegou a bater R$ 5,61/US$ em outubro.

Quando observamos os indicadores de custos industriais do setor de forma agregada, vemos que o custo produtivo vem subindo de forma interrupta desde abril de 2024. Ou seja, na ponta da produção houve aumento dos custos, o que tende a significar que produtores buscarão um repasse de preços para
o consumidor, que não aconteceu na mesma proporção e gerou margens mais apertadas para esses produtores, especialmente os não integrados.

Em 2024, os preços de papel higiênico medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) caíram 1,50% no ano versus 2023, enquanto absorventes higiênicos subiram 1,13% no período, valores muito abaixo da variação total do INPC de alta de 4,77% no ano e do IPCA a 4,83%, de acordo com o IBGE.

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Já a renda habitual média do brasileiro subiu em torno de 3,77% no ano passado, segundo dados do IPEA. A análise desses dados aponta, separadamente, para um cenário de manutenção a alta no consumo de produtos tissue, mantido tudo mais constante. Nossa projeção é de que o consumo de tissue no Brasil tenha subido 3% em 2024 para 1.4 milhão de toneladas, principalmente devido ao aumento de demanda de papel higiênico.

Apesar do crescimento, não significa que empresas do setor estão nadando em um oceano de oportunidades. Um desafio está no fato de que, apesar da variação de preços “tecnicamente favorável” ao consumo de produtos tissue, outros itens essenciais, como alimentos e bebidas, enfrentaram aumentos de mais de 7,6% no ano, superior à alta nos rendimentos, indicando que de certa maneira consumidores enfrentaram um cenário de escolha de compras de produtos básicos sob uma restrição orçamentária mais apertada do que em 2023.

A inflação e o aumento dos custos, ao reduzirem a renda disponível, exercem pressão sobre o consumo de bens essenciais, como o tissue. Diante desse cenário, os consumidores tendem a buscar alternativas mais econômicas, optando por produtos de qualidade inferior ou em formatos menores, como pacotes de
papel higiênico com menos rolos ou menos camadas. Embora o Brasil apresente um movimento de “premiunização” mais acelerado em comparação com outros países da América Latina, a busca por economia prevalece em momentos de incerteza econômica, levando os consumidores a priorizarem produtos de qualidade inferior ou em embalagens menores.

Essa mudança de comportamento favorece marcas mais acessíveis e impacta a participação de mercado, com
produtos em pacotes menores e preços mais competitivos ganhando destaque. Consequentemente, a indústria enfrenta margens cada vez mais estreitas e uma competição por market share intensificada pelo mercado final, onde a concorrência já é acirrada.

Aqueles produtores expostos ao abastecimento spot ou com estoques muito mais caros já comprados saem em desvantagem em relação a produtores que adotam outras estratégias. Uma solução é a indexação de compras a índices de preços acreditados, como os da Fastmarkets, que garantem que as negociações não se descolarão do movimento de mercado e demais condicionantes de oferta e demanda. Outra possibilidade, menos acessível a muitos, claro, é a integração.

Naturalmente, quanto maior o grau de integração, menor exposição à volatilidade na compra de insumos.
E o que esperamos para 2025? Bom, para este ano a projeção é continuidade deste cenário bastante desafiador para empresas do setor. Esperamos que o consumo de tissue no Brasil continue crescendo e atinja 1.5 milhão de toneladas ao final do ano, alta de 2.7% ante 2024, focado no segmento away-from-home.

Porém, esperamos alta para todos os demais indicadores relacionados aos custos de produção, com alta nos preços internacionais de celulose, aumento na taxa de câmbio e demais custos como energia e trabalho. Na ponta de venda, também projetamos alta nos preços, mas a uma taxa muito inferior a dos custos. Em um mercado tendendo à consolidação de marcas, esse cenário deve gerar um ambiente ainda mais desafiador e com margens apertadas.

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