Como Ser Colaborativo Em Um Mundo De Pessoas Diferentes

    Nos últimos 17 anos estive trabalhando com pessoas e
    empresas de todos os lugares, no Brasil e exterior,
    e posso afirmar que os desafios, quando falamos sobre
    pessoas, são praticamente os mesmos.
    Aos poucos, percebo crescer a percepção das empresas sobre a
    clara necessidade de um maior investimento em saúde mental e
    autoconhecimento dentro das organizações e, junto com esse novo
    momento, existe a necessidade de profissionais de RH habilidosos na
    arte de fazer gestão das diferenças e de lideranças fortes, mas acima
    de tudo, com mentes abertas, que saibam surfar em ambientes com
    plexos, onde nem sempre a colaboração é uma ferramenta possível.
    Para Adam Kahane, no livro Trabalhando com o Inimigo, a maneira tradicional como imaginamos os espaços de grupo é a colabo
    ração, e isso significa a esperança de um trabalho que aconteça de
    maneira harmoniosa em equipe, em que todos pensam da mesma
    forma e se dão as mãos para atingir o resultado no final do mês.
    Segundo o autor, essa forma de ver hoje não abrange as intempéries
    do mundo em que vivemos e está bastante limitada.
    A verdade é que quando buscamos esse tipo de concordância
    nos times, não priorizamos as pessoas, mas sim a nossa ideia de
    como elas deveriam ser, pensar e agir e isso não é novidade alguma,
    pois, afinal de contas, fazemos isso o tempo todo, em casa, no trabalho, nas nossas relações amorosas e de amizade.
    A verdade é que se você é gente e trabalha com gente, vai
    precisar expandir o seu olhar, coração e desejo de controle sobre
    situações e pessoas. É preciso fazer isso para aceitar que as opiniões
    irão divergir e isso não deve ser visto como ruim, chegar a um sim
    unanime é algo muito mais complexo do que se imagina e, em boa
    parte das vezes, não significa motivação ou engajamento na causa.
    Colaborar é uma opção linda e maravilhosa, mas, convenhamos, nem mesmo você concorda o tempo todo com o que as pessoas dizem na empresa em que trabalha e mesmo assim diz sim
    para não parecer “chato” ou “do contra”.
    Para Kahane é preciso prever que existem alternativas à colaboração; para ele quando não concordamos com o que é dito, podemos tentar nos adaptar, forçar ficar ou ainda nos retirar.

    Nesta linha de pensamento, quando não temos o resultado que
    queremos dentro do viés colaborativo, é comum utilizarmos do
    poder e “forçarmos” a nossa opinião quando acreditamos ser
    possível agir mesmo sem que todos concordem com a nossa decisão.
    Em outros momentos, tentamos nos “adaptar” ou desejamos
    que os outros façam isso, quando achamos que é impossível mudar a situação e precisamos encontrar um jeito de conviver com ela
    e, por fim, “retiramo-nos” quando acreditamos que não é possível
    mudar a situação e não queremos mais viver nela. Pedir demissão
    ou mandar embora é um bom exemplo para isso.
    Por mais que a colaboração seja a tendência em Recursos Humanos, e com certeza uma ideia genial em que se entrega engajamento e resultados de alta performance, com o menor sofrimento
    possível, ainda assim, o desafio de lidar com pessoas que pensam
    diferente e motivar de verdade os times, não termina.
    Assim, sabendo que colaborar não é o único caminho viável
    e compreendendo como nós humanos tendemos a agir quando a
    colaboração não parece acontecer naturalmente, vale pensar no
    que fazer para lidar com a divergência e ainda assim prosperar.
    Kahene sugere que olhemos para o conflito com o objetivo de
    encontrar os pontos em comum, ou seja, o fio condutor, necessidades e objetivos subjacentes ao problema em busca de soluções
    que possam, ao ser ampliadas, incorporar ambas as visões ou
    mais de uma delas.
    No modelo de colaboração estendida, termo sugerido para
    expansão do pensamento por Kahane, no livro, é preciso, se quisermos fazer com que as coisas aconteçam mesmo quando não
    houver colaboração, entrar no jogo de verdade e isso significa estar
    disposto a olhar para si em vez de culpar os outros pelos erros e
    insucessos. Abaixar as armas, abrir a guarda e se dar conta de que
    muitas vezes o inimigo somos nós, assumindo ao invés do ponto
    onde colidimos, a responsabilidade pelo que desejamos construir.
    Para isso, questione-se: Estou contribuindo para que as coisas
    sejam como são? O que preciso fazer diferente para mudar a forma
    como as coisas estão?
    Toda mudança começa em nós mesmos! 
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