Realizado em 4 de dezembro na unidade Suzano Aracruz-ES, o 1.º Workshop de Linhas de Fibras e Pátio de Madeira, promovido pela US ABTCP, reuniu especialistas de grandes empresas do setor, como Suzano, Cenibra, Eldorado Brasil e Veracel, além de pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), para discutir inovações e estratégias voltadas à eficiência operacional nessas etapas do processo produtivo. O evento, moderado por Rodrigo Carraretto, gerente de operação e manutenção da Suzano Aracruz, contou com diversas apresentações focadas em automação, inteligência artificial e sustentabilidade.
A programação começou com Rhuan Duarte Carvalho, consultor de processos na Suzano Aracruz, que apresentou um modelo preditivo de alvura final no estágio de branqueamento de polpa celulósica, essencial para a qualidade do produto. Carvalho demonstrou como modelos de aprendizado de máquina, como XGBoost e LightGBM, superam métodos tradicionais de regressão no manuseio de dados complexos. O modelo preditivo pode prever mudanças com até três horas de antecedência, permitindo ajustes proativos e aumentando a precisão.
Na sequência, Flávio Guilherme Ortega Rodrigues, especialista de Pátio de Madeira da Eldorado Brasil, abordou soluções para a redução, controle e beneficiamento de cascas no processo produtivo. Ele destacou o impacto das condições climáticas extremas de 2020 e 2021, que aumentaram o teor de casca na produção de celulose. A empresa implantou ações para otimizar o processo, resultando em um passivo de cascas igual a zero e melhorando a eficiência na produção de cavacos.
Já Salmo Barros Rocha, operador de painel interino da Suzano Imperatriz, falou sobre a redução do tempo de troca de facas do picador de toras com o sistema QuickLock. O objetivo foi otimizar o tempo de troca, reduzindo a espera e melhorando a segurança durante o processo, com o apoio de treinamento e melhorias operacionais. Sobre o tema monitoramento de linha de picagem com Inteligência Artificial, Franzisko Busselmann, trainee Industrial da Cenibra, destacou a implementação de sistemas de visão computacional para detectar contaminantes e medir o percentual de cascas. O próximo passo será instalar câmeras para monitorar e quantificar perdas.
Com relação ao processo de refino das linhas de fibras, Luana Capuchi de Paula Nascimento, mestranda pela UFR-RJ, discutiu o efeito da deposição de xilana na celulose kraft de eucalipto. Seu estudo mostrou como a adição de xilanas WXL melhora o rendimento, as propriedades físicas e reduz o consumo de energia no refino, além de melhorar a reciclabilidade das fibras.
No período da tarde, Brenda Novais Viana, analista na Veracel Celulose, apresentou a redução de 75% nas desclassificações de celulose após a implementação de um plano de qualidade personalizado, com monitoramento intensificado de indicadores, e Victoria Di Paula L. Santos, operadora assistente na Suzano Imperatriz, compartilhou sua experiência sobre o aumento da eficiência do separador de areia. O projeto focou na otimização do processo, visando reduzir perdas e melhorar a qualidade do produto final, aumentando a produtividade e a eficiência operacional.
Abordando as etapas de branqueamento, Renato Pessoti Ambrozini, assistente técnico II na Veracel, explicou a redução de impactos na operação da planta sem o raspador de topo da Torre A. O novo procedimento implementado permite substituir o redutor do raspador sem interromper a operação, garantindo segurança e continuidade na produção. Ainda sobre essa etapa de processo, Marvyn de Sousa Santiago, operador de painel da Suzano Imperatriz, falou sobre a evolução do Smart Bleaching Control 4.0, que otimizou o processo de branqueamento, resultando em menor consumo de produtos químicos e redução nas emissões de CO2.
O evento também contou com a palestra de Paulo Henrique Cardoso, consultor de manutenção da Suzano Aracruz, sobre o Centro de Prevenção de Falhas. A iniciativa, que utiliza tecnologia IIoT para monitorar a saúde dos roletes em tempo real, visa prevenir incêndios em correias transportadoras e melhorar a gestão da vida útil dos roletes, com resultados como a normalização da temperatura após limpezas.
Leia aqui o texto publicado na Revista O Papel – Edição de Janeiro